23 Agosto 2024
Assim que Kamala Harris anunciou o seu candidato a vice na chapa que disputará a presidência americana pelo Partido Democrata, começou a corrida para descobrir quem é Tim Walz, 60 anos, o governador de Minnesota, e o que ele acredita. Um dos caminhos percorridos foi descobrir a sua religiosidade: ele é luterano e frequenta a igreja de Pilgrim, em St. Paul, vinculada à Igreja Evangélica Luterana da América (ELCA).
O artigo é de Edelberto Behs, jornalista.
O repórter Ryan Foley, do Christian Post, se dedicou, então, a bisbilhotar o que essa comunidade faz e o que a ELCA defende. E a definição a que o repórter chegou é que a ELCA é progressista e informa, ainda, que evangélicos conservadores criticam Walz por ser de “extrema-esquerda”. Imaginem só!!!!
E por que a ELCA é progressista, de modo especial a comunidade de Pilgrim? Porque na sua página do Facebook, no que chama de “canto de oração”, ela descreve: “preocupações” pelas quais ela pede “a presença amorosa de Deus”. E o que pedem essas intercessões? Rezamos pelos entes queridos e comunidade de todas as vítimas de violência armada em nosso país. Rezamos por aqueles cujas vidas são alteradas por eventos climáticos. Rezamos pela criação e por uma vontade maior de cuidar dela. Rezamos por todos na comunidade LGBTQIA+ que enfrentam preconceito, rejeição e violência. Rezamos para que todos possamos crescer em aceitação e cada um se torne uma voz para aceitação, defesa e apoio”.
Botou LGBTQIA+ na parada, pronto, é o próprio capeta que está induzindo a igreja a erro! Mas tem mais, que o repórter tirou do “canto de oração”: Ele também inclui um reconhecimento de “nossos irmãos nativos, asiáticos, latinos e negros que continuam a enfrentar o legado do racismo”, e manifestou esperança de que o sistema de opressão e injustiça se transforme, assim que “todos nós possamos aprender a seguir o caminho do antirracismo, e cada um se tornar uma voz pela inclusão, equidade e justiça”.
Mas tem mais um detalhe que faz a Comunidade de Pilgrim ser extremamente progressista: ela tem uma pastora, Jen Rome, formada pelo Seminário Teológico de Princeton!
O repórter definiu a ELCA, e consequentemente quem a frequenta, como uma das “denominações mais esquerdistas”, que em 2017 expressou total concordância com a “Campanha Zero”, criada por ativistas movimento Black Lives Matter, projetada para “melhorar as relações entre os policiais locais e as comunidades nas quais atuam”.
E mais: Em 2020, a ELCA distribuiu um manual sob o título “Introdução Luterana à Orientação Sexual, Identidade de Gênero e Expressão de Gênero”, no qual define que “identidade de gênero é a identificação psicológica inata e profundamente sentida de uma pessoa como homem, mulher ou outro gênero, que pode ou não corresponder ao sexo atribuído a ela no nascimento”. E define “orientação sexual” como “o termo usado para descrever o(s) gênero(s) pelo(s) qual(is) alguém é fisicamente e/ou emocionalmente atraído(s)”.
O repórter não para por aí. Também detectou, numa transmissão ao vivo de culto na comunidade Pilgrim, que a pastora modificou a tradicional oração do Pai Nosso, ao pronunciá-la: “Nosso Guardião, nossa Mãe, nosso Pai que estás no céu, santificado seja o teu nome...”
Heresia total e esse candidato a vice só pode ser um grande esquerdista, pecador, por seguir uma denominação de extrema-esquerda!!!
Só falta o repórter anunciar que "nosso candidato" é o “santo” Donald Trump!
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Um candidato luterano de “extrema-esquerda” nos EUA. Artigo de Edelberto Behs - Instituto Humanitas Unisinos - IHU