13 Agosto 2024
Presidente da Petrobras reforça pressão para IBAMA conceder licença para explorar combustíveis fósseis na região usando o batido argumento de “geração de emprego e renda”.
A informação é publicada por ClimaInfo, 13-08-2024.
A mais nova tirada da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, para pressionar o IBAMA pela licença liberando a estatal para buscar combustíveis fósseis no bloco FZA-M-59, na foz do Amazonas, é falar em “exploração responsável”. O que isso significa é uma incógnita. E deixa outra dúvida: até agora a exploração que a petroleira fez em outras bacias foi “irresponsável”?
A fala de Magda se deu durante a conferência com analistas sobre os resultados financeiros da companhia no 2º trimestre, informam O Globo, CNN, UOL e Brasil 247. Vale lembrar que a atual presidente da Petrobras era a diretora-geral da ANP quando a agência leiloou o FZA-M-59, em maio de 2013, arrematado na ocasião pela estatal, em parceria com a britânica BP.
Na defesa da exploração de petróleo e gás fóssil numa região de altíssima sensibilidade ambiental como a foz do Amazonas, Magda repetiu o batido e duvidoso mantra de “geração de emprego e renda”, que tanto ela como a ala pró-combustíveis fósseis do governo insistem em usar para pressionar o IBAMA pela licença ambiental. Um argumento que ignora o caráter da indústria petrolífera global, de enriquecer poucos e afetar social e ambientalmente todos.
Em julho, a Petrobras enviou ao órgão ambiental uma proposta de adequação do Plano de Proteção à Fauna (PPAF) no processo de licenciamento do FZA-M-59. Embora o IBAMA tenha dito apenas que irá avaliar a nova proposta, o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da estatal, Fernando Melgarejo, disse que a empresa está otimista de que a licença agora será liberada, segundo o Valor.
Há 1 ano e meio a Petrobras prometeu investir em fontes renováveis de energia, mas nada ainda saiu do papel. Agora o diretor de transição energética e sustentabilidade da petroleira, Maurício Tolmasquim, afirmou que a estratégia de fusões e aquisições (M&A, na sigla em Inglês) está focada em projetos de geração eólica terrestre, com parceiros que já estejam atuando no segmento, informam Valor, O Globo e Petronotícias. Segundo ele, a ideia é que eventuais negócios que venham a ser firmados sejam compostos de modo que a Petrobras tenha 50% de participação.
Apesar do descumprimento de duas condicionantes da licença prévia pela Petrobras e pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA), a Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA) do Rio de Janeiro concedeu a licença de operação e recuperação para as unidades de utilidades do GasLub (ex-COMPERJ), informa ((o))eco. Nas unidades de utilidades serão gerados insumos como água tratada, vapor e energia elétrica para a unidade de tratamento de gás fóssil do megaempreendimento da Petrobras, localizado em Itaboraí, no leste fluminense. As condicionantes são vitais para a proteção de quase metade dos manguezais do estado do Rio e dos mananciais que abastecem de água potável por volta de 2 milhões de pessoas.
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Petrobras não pode renunciar à “exploração responsável” da foz do Amazonas, diz Magda Chambriard - Instituto Humanitas Unisinos - IHU