27 Junho 2024
Nico Piro tem toda a razão: vivemos uma indignação intermitente. O boletim de guerra do dia nos fala de horrores. Mortes inocentes em Gaza e numa praia na Crimeia e depois as mortes produzidas pelas novas bombas planadoras FAB 3000 de três toneladas dos russos, o ataque terrorista no Daguestão, o Sudão e o Congo. “Os mortos são todos iguais, mas porque não provocam a mesma indignação? – escreve Piro – O belicista preocupa-se com as vítimas causadas pelo inimigo que as usa para justificar outra guerra. O pacifista defende todas as vítimas civis".
O comentário é de Tonio Dell’Olio, padre, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 16-06-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.
A própria Rússia justifica a escalada produzida pelas suas próprias armas como reação aos armamentos dos EUA vendidos à Ucrânia para atacar no território russo e o governo ucraniano afirma que a defesa começa justamente com o ataque às bases russas.
Depois temos de contar entre os “danos colaterais” os banhistas da Crimeia, a população indefesa e exausta de Gaza, as vítimas das armas autônomas letais, dos robôs assassinos e dos drones guiados pelos algoritmos. As vítimas são vítimas e ponto, mortos que clamam pela paz diante de Deus e dos poderosos guiados pelo aparato militar-financeiro e industrial.
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Indignação intermitente. Artigo de Tonio Dell'Olio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU