Uma terrível advertência: evitar que o conflito passe à fase final. Alerta de Dmitry Medvedev, ex-primeiro-ministro russo

Foto: WikimediaCommons/Burnt Pineapple Productions

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03 Junho 2024

O ex-primeiro-ministro Medvedev alerta a OTAN sobre a guerra nuclear que se deflagrará caso da Ucrânia o Ocidente com suas armas investir a Rússia no seu território.

Publicamos a profecia de desventura que o ex-primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev dirigiu aos países da OTAN que estão prestes a autorizar o uso das suas armas para levar a guerra para dentro do território russo, alertando que isso significaria acionar a cláusula estabelecida pela OTAN para o lançamento das armas nucleares.

A advertência é publicada por Chiesa di tutti, Chiesa dei poveri, 31-05-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Os países ocidentais que supostamente “aprovaram o uso” das suas armas de longo alcance no território russo (independentemente de se falar de partes antigas ou novas do nosso país) devem compreender claramente o que segue:

  • 1- Todo o seu equipamento militar e os especialistas que combatem contra nós serão destruídos tanto no território da Ucrânia como no território de outros países, se a partir de lá forem realizados ataques ao território russo.

  • 2- A Rússia parte do pressuposto que todos os sistemas de ataque de longo alcance utilizados pela Ucrânia já estejam controlados diretamente pelo pessoal militar da OTAN. Isso não é de forma alguma “assistência militar”, mas sim participação na guerra contra nós. Tais ações podem se tornar um casus belli.

  • 3- A OTAN terá de decidir como qualificar as consequências de possíveis ataques de retaliação contra equipamento/estruturas/pessoal militar de países da OTAN no contexto dos artigos 4.º e 5.º do Tratado de Washington.

Muito provavelmente, a liderança da OTAN quer fingir que se trata de decisões soberanas de cada país da Aliança do Atlântico Norte para apoiar o regime de Kiev, e não existe motivo para aplicar nesse caso a regra do Tratado de 1949 sobre a autodefesa coletiva.

Essas são ilusões perigosas e prejudiciais. Tal “assistência individual” de parte dos países da OTAN contra a Rússia, seja controlando os seus mísseis de cruzeiro de longo alcance ou enviando um contingente de tropas para a Ucrânia, representa uma grave escalada do conflito. A ex Ucrânia e os seus aliados da OTAN receberão uma resposta de tamanha força destrutiva que a própria Aliança simplesmente não poderá evitar ser arrastada para o conflito.

E não importa quanto membros desequilibrados da OTAN digam que a Rússia nunca utilizará armas nucleares não estratégicas contra a Ucrânia, e ainda mais contra países da OTAN. A realidade é muito pior do que as suas frívolas especulações. Há alguns anos, insistiam que a Rússia não entraria num conflito militar aberto com o regime ucraniano de Bandera, para não se desentender com o Ocidente. Cálculo incorreto.

Há uma guerra em curso. Até mesmo a utilização de armas nucleares tácticas pode ser mal calculada, embora isso seja um erro fatal. Afinal, como bem observou o presidente russo, os países europeus têm uma densidade populacional muito elevada. E para aqueles países inimigos cujos territórios estão além da área de cobertura das armas nucleares táticas, existe finalmente um potencial estratégico. E isso, infelizmente, não é intimidação ou um blefe nuclear. O atual conflito militar com o Ocidente está se desenvolvendo de acordo com o pior cenário possível. Há uma escalada constante no poder das armas da OTAN postas em uso. Portanto, hoje ninguém pode excluir a passagem do conflito à sua fase final.

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