18 Abril 2024
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 17-04-2024.
"Isso é como a Alemanha nazista". Foi assim que o Cardeal Gerhard Müller reagiu depois que a polícia belga tentou interromper os participantes de uma conferência da NatCon (um dos lobbies da extrema-direita europeia) sobre "Conservadorismo Nacional", em uma decisão controversa do prefeito de um distrito de Bruxelas, que foi fortemente contestada pelo primeiro-ministro do país. No fim, a manifestação continuou a ser realizada, embora não tenha sido permitida a entrada de mais pessoas.
"A extrema-direita não é bem-vinda", Emir Kir, responsável pela proibição, justificou-se em suas redes sociais, dizendo que ela foi feita "para garantir a segurança pública", conforme relatado por Katholisch. O chefe do distrito de Saint-Josse, em Bruxelas, se justificou dizendo que alguns dos participantes defendiam "a direita conservadora, a direita religiosa e a extrema-direita europeia".
Além de Müller, a conferência contou com a presença do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, do ex-candidato à presidência francês Eric Zemmour, de Gloria von Thurn und Taxis e do ex-chefe alemão do Escritório para a Proteção da Constituição Hans-Georg Maaßen. Embora o evento tenha sido inicialmente autorizado a prosseguir, a polícia tentou interromper a reunião, sem sucesso. De fato, o próprio Müller foi responsável pelo encerramento da conferência.
"Isto é como a Alemanha nazista, e eles são como as SA", declarou Müller, de acordo com o blog do escritor Rod Dreher, que estava no evento. A Conferência Nacional do Conservadorismo é organizada por um think tank conservador. O objetivo da conferência é reunir "figuras públicas, jornalistas, acadêmicos e estudantes". De acordo com os organizadores, esperava-se a presença de cerca de 600 participantes.
Em sua palestra, Müller disse que "precisamos lutar pela independência da universidade em relação a influências políticas e ideológicas. Não somos escravos do Estado; o Estado democrático moderno evoluiu a partir de cidadãos livres", disse ele. "Não podemos construir um bom futuro com ideologias. Precisamos acreditar, e acreditar é aceitar Deus".
Assim que a notícia foi divulgada, o primeiro-ministro belga Alexander De Croo considerou a tentativa de interromper o evento de "inaceitável" porque a "proibição de assembleias políticas é inconstitucional". "A autonomia municipal é uma pedra angular de nossa democracia, mas nunca pode se sobrepor à Constituição belga, que garante a liberdade de expressão e o direito de reunião pacífica desde 1830", enfatizou.
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Cardeal Müller chama a polícia belga, que tentou interromper uma conferência em Bruxelas, de “nazista” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU