15 Abril 2024
Simon Stiell diz que próximos dois anos serão cruciais para reduzir emissões de gases estufa e que países ricos precisam assumir a liderança na transição.
A reportagem é de Cristiane Prizibisczki, publicada por ((o))Eco, 11-04-2024.
Em discurso na última quarta-feira (10), Simon Stiell, secretário-executivo da Nações Unidas para o Clima, conclamou novamente os países-membros da ONU, sobretudo os integrantes do G20, a uma ação mais contundente na luta contra as mudanças climáticas. Os próximos dois anos serão “essenciais para salvar o nosso planeta”, disse.
Segundo ele, a liderança do G20 deve estar no cerne da solução para a crise climática global, assim como aconteceu durante a grande crise financeira. “Foi quando o G20 se tornou adulto e mostrou que as principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento podem trabalhar juntas para evitar catástrofes econômicas globais”, disse, durante evento do thinktank Chathan House, em Londres.
O apelo veio alguns meses antes de os países apresentarem suas novas metas domésticas de cortes de emissões, conhecidas como Meta Nacionalmente Determinada (NDC). Elas devem ser apresentadas à ONU até fevereiro de 2025.
Atualmente, os países que compõem o G20 são responsáveis por 80% do total de emissões globais.
Segundo Stiell, a crise climática não pode ser comparada com outras lutas que o mundo precisa enfrentar, como o aumento das desigualdades sociais e aumento da fome. A crise climática é ainda maior.
“Para aqueles que dizem que a mudança climática é apenas uma das muitas prioridades, como acabar com a pobreza, acabar com a fome, acabar com pandemias ou melhorar a educação, simplesmente digo o seguinte: nenhuma dessas tarefas cruciais – na verdade, nenhum dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – será possível se não controlarmos a crise climática”, disse.
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Chefe do Clima da ONU urge G20 a dar um passo à frente na ação climática global - Instituto Humanitas Unisinos - IHU