06 Abril 2024
Os combates entre o M23 e o Exército da República Democrática do Congo multiplicaram as necessidades de abrigo de centenas de milhares de pessoas, que se mudaram para regiões onde não conseguem escapar à devastação da guerra.
A informação é publicada por El Salto, 03-04-2024.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou que desde 7 de fevereiro 300 mil pessoas chegaram à cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo. Isto soma-se aos milhões de pessoas deslocadas no país, uma tendência que se agravou nos últimos dois anos.
Segundo esta agência, mais de 5,7 milhões de pessoas foram deslocadas para as províncias de Kivu do Norte, Kivu do Sul e Ituri. Estima-se também que existam aproximadamente 900 mil refugiados em países estrangeiros como resultado do conflito.
A organização internacional alerta para incursões sistemáticas de grupos armados em estruturas civis. “Em 2023, 25 escolas foram ocupadas por grupos rebeldes armados apenas nos territórios de Masisi e Rutshuru, e outras 17 foram atacadas. Em 2024, sete escolas foram destruídas por bombardeamentos”, afirmou o ACNUR no seu comunicado. Os comboios de ajuda também têm dificuldade em aceder a certas regiões de Rutshuru. Além disso, aponta o uso da violação como arma de guerra: em 2023, só no Kivu do Norte foram denunciados 50.159 casos de violência de gênero, na maioria dos casos violação.
Este deslocamento populacional tem origem no confronto entre o grupo rebelde M23 e as forças governamentais, mas as guerras travadas no leste da República Democrática do Congo aproximam-se agora das quatro décadas de duração. Os rebeldes do M23 são apoiados por Ruanda e já controlam partes do Kivu do Norte.
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ACNUR alerta que já existem 5,7 milhões de deslocados na República Democrática do Congo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU