25 Março 2024
- Francisco não leu nem delegou a ninguém para ler a homilia. Em vez disso, optou por um longo minuto de silêncio, para que os fiéis pudessem refletir, profundamente, cada uma das palavras da história da Paixão e Morte de Cristo, que começa neste Domingo de Ramos. Até o momento, as razões do Pontífice não foram informadas.
- E isto apesar de Francisco ter sido visto muito melhor, numa praça colorida como nas melhores ocasiões, e cheia de dezenas de milhares de fiéis que aproveitaram os poucos raios de sol que escaparam por detrás das nuvens, antes de uma Semana Santa que se espera chuvosa.
- "Jesus entrou em Jerusalém como um rei humilde e pacífico. Vamos abrir nossos corações. Só Ele pode nos libertar da inimizade, do ódio, da violência, Ele é misericórdia e perdão dos pecados", acrescentou o Pontífice, que pediu orações "por todos os irmãos e irmãs que sofrem por causa da guerra", disse no Angelus.
- "Pensemos também em Gaza, que sofre tanto, e em tantos lugares de conflito e guerra".
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 24-03-2024.
Grande dia no Vaticano. Domingo de Ramos, em uma lotada Praça São Pedro. Com uma grande surpresa: ao contrário do que deveria ser habitual, o Papa Francisco (visivelmente melhorado do seu resfriado) decidiu não proferir a homilia e, em vez disso, manteve um longo silêncio após a leitura da Paixão segundo São Marcos.
Após a tradicional procissão, que trouxe cinquenta cardeais (entre eles, Burke e Sarah), além de outros 150 padres que estavam concelebrando em um lugar cheio de fiéis, para caminhar pela maior praça da cristandade, e as bênçãos dos ramos, aconteceu a leitura solene da Paixão de Cristo. Este ano, foi o relato do Evangelho de São Marcos.
No entanto, no fim do seu discurso, Francisco optou por um longo minuto de silêncio, para que os fiéis pudessem refletir, em profundidade, cada uma das palavras da história da Paixão e Morte de Cristo, que começa neste Domingo de Ramos. Até o momento, as razões do Pontífice, que concelebrou com o cardeal Claudio Gugerotti, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, não foram informadas.
E isto apesar de se ter visto um Francisco muito melhor, numa praça colorida como nas melhores ocasiões, e cheio de dezenas de milhares de fiéis que aproveitaram os poucos raios de sol que escaparam por detrás das nuvens, antes de uma Semana Santa que se espera que chova. O Papa leu a advertência inicial e deu lugar às petições, embora o peso da celebração (e da consagração) tenha sido presidido por Gugerotti.
Angelus avançou com Moscou, Ucrânia e Gaza como protagonistas
Francisco leu uma reflexão no fim da celebração, que serviu de Angelus (foi rezada logo depois, por volta das 11h30). Nela, e depois de expressar a sua proximidade a uma comunidade colombiana que sofreu o assassinato de duas pessoas há dias, o Papa rezou "pelas vítimas do vil ataque terrorista em Moscou", que descreveu como "um ato desumano que ofende a Deus. (...) Que o Senhor vos acolha na sua paz e dê conforto às vossas famílias".
"Saúdo todos vós, fiéis de Roma, em particular a delegação da cidade de San Remo, que também este ano, durante quatro séculos, ofereceu palmeiras para esta celebração. Obrigado, que o Senhor lhes abençoe", disse.
"Jesus entrou em Jerusalém como um rei humilde e pacífico. Vamos abrir nossos corações. Só Ele pode nos libertar da inimizade, do ódio, da violência, Ele é misericórdia e perdão dos pecados", acrescentou o Pontífice, que pediu orações "por todos os nossos irmãos e irmãs que sofrem por causa da guerra".
"Penso na Ucrânia martirizada, onde tantas pessoas estão em grande necessidade por causa dos ataques às estruturas", disse o papa. "Eles correm o risco de uma catástrofe humanitária. Por favor, não se esqueçam da Ucrânia martirizada", concluiu Francisco, pedindo que "pensemos também em Gaza, que sofre tanto, e em tantos lugares de conflitos e guerras".
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— Vatican News (@vaticannews_es) March 24, 2024
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Silêncio papal. Papa Francisco decide não proferir homilia na missa do Domingo de Ramos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU