20 Janeiro 2024
A 6ª Semana Social Brasileira (6ªSSB) será encerrada com o Mutirão Nacional – O Brasil que queremos: o Bem Viver dos Povos. A atividade será realizada em Brasília (DF), entre os dias 20 e 22 de março de 2024. Esta 6ª Edição da SSB foi mobilizada pela Cepast-CNBB e realizada pela Pastorais Sociais e Organismos da CNBB, em parceria com Movimentos Populares.
A reportagem é publicada por Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), 17-04-2024.
Foto: CNBB
Participam bispos da Comissão para a Ação Sociotransformadora (Cepast) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), representante do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), de Igrejas irmãs e representantes indicados a partir dos Mutirões realizados em todo o território nacional: multiplicadores da 6ªSSB dos regionais da CNBB, organismos da CNBB, pastorais Sociais, movimentos populares, organizações sociais e políticas parceiras, incluindo o poder público.
A Construção do Projeto Popular “O Brasil que queremos: o Bem Viver dos povos” é a proposta deste Mutirão Nacional de encerramento deste ciclo da 6ªSSB, iniciado em 2020. No decorrer desta 6ª edição da SSB, o tema de debate foi “Mutirão pela vida: por terra, teto e trabalho” e fortalecidos pelos eixos: democracia, soberania e economia.
Foto do Seminário Nacional “O Brasil que temos” realizado em agosto de 2022.
(Foto: Comissão para a Ação Sociotransformadora (Cepast) | CNBB)
A Construção do Projeto Popular “O Brasil que queremos: o Bem Viver” dos povos é a proposta do Mutirão Nacional de encerramento deste ciclo da 6ªSSB. Os Mutirões foram iniciados em 2020 e serão encerrados em 2024. No decorrer desta 6ª edição da SSB, o tema de debate foi “Mutirão pela vida: por terra, teto e trabalho” e fortalecido pelos eixos: democracia, soberania e economia.
Segundo a secretaria-executiva da 6ªSSB, Alessandra Miranda (na foto abaixo), a realização do Mutirão Nacional vai possibilitar o resgate da memória dos acúmulos desta 6ª edição a partir dos debates e contribuições dos regionais da CNBB, das arquidioceses e dioceses, prelazias, paróquias, comunidades e dos movimentos populares que atuam nessa temática.
Alessandra Miranda. (Foto: CNBB)
Alessandra Miranda ressalta que as contribuições dos territórios vêm a partir dos elementos do Brasil que temos, debatidos, estudados e refletidos à luz do tema e dos eixos da 6ª SSB. Com esse conjunto de propostas construídas em Mutirões será concretizado o Projeto Popular Nacional O Brasil que queremos: o Bem Viver dos povos. “A construção do Projeto será um compromisso comum entre a Igreja no Brasil e os Movimentos Populares”.
A secretária, também, lembra que no decorrer do Mutirão Nacional “a vivência da mística e espiritualidade, que fortalecem as lutas e experiências das comunidades, serão perpassadas pelas experiências metodológicas do encontro”.
Dia 20 de março – O Bem Viver dos Povos
– Acolhida e celebração eucarística
– Mesa de abertura e saudação de autoridades eclesiais, poder público e sociedade civil
– Memória da 6ªSSB
– Análise de Conjuntura – leitura da realidade: acontecimento (fatos), cenários (local, nacional e mundial) e relações das forças políticas e articulação ou relações entre estrutura e relatos da conjuntura
– Intercambio: O Bem Viver dos povos, serão trazidas experiências de mobilização e resistência popular referente à terra, teto, trabalho, soberania, democracia e economia, das Regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul
21 de março – O Brasil que temos
– Apresentação e análise da assessoria sobre síntese nacional “O Brasil que temos”
– Conjuntos dos Planos de Incidência Política Local
– Trabalho por grupos, organizados por eixos – Terra, Teto, Trabalho, Democracia, Soberania e Economia Elaborar ações para O Brasil que queremos
– Plenária para apresentação das propostas O Brasil que queremos para complementações e aprovação
22 de março – Projeto popular O Brasil que queremos: o Bem Viver dos povos
– Mesa: Projeto Popular O Brasil que queremos: o Bem Viver dos povos
– Memória das apresentações das sínteses dos grupos
– Trabalhos por grupos
– Plenária para aprovação dos trabalhos
– Encaminhamentos, agradecimentos e despedidas
As Semanas Sociais Brasileiras são iniciativas da CNBB, animadas pela Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora (Cepast) e realizadas pelas pastorais sociais e movimentos populares. Têm o objetivo de fortalecer as ações conjuntas e as próprias organizações envolvidas, a partir de pautas comuns e realização de incidência na Igreja e na sociedade com processos sociotransformadores.
O tema desta 6ª edição nasce da provocação do Papa Francisco, em outubro de 2014, no primeiro Encontro Mundial de Movimentos Populares. Na ocasião, o pontífice recorreu à solidariedade afirmando que ela “é muito mais do que alguns gestos de generosidade esporádicos. É pensar e agir em termos de comunidade, de prioridades da vida de todos sobre a apropriação dos bens por parte de alguns. É também lutar contra as causas estruturais da pobreza, a desigualdade, a falta de trabalho, a terra e a casa, a negação dos direitos sociais e laborais […] Digamos juntos de coração: nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem-terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que provém do trabalho”, declarou. Dessa provocação de Francisco nasceu o tema da 6ª Semana Social Brasileira, “Mutirão pela vida: por terra, teto e trabalho”, com a proposta de mobilização e realização entre 2020 e 2022.
Na mesma Mensagem de 2014, o pontífice, nos desafia: “é impossível imaginar um futuro para a sociedade sem a participação como protagonistas das grandes maiorias e este protagonismo transcende os procedimentos lógicos da democracia formal”. Ele interpela, para que a construção de um mundo de paz e justiça duradouras supere o assistencialismo paternalista.
O Santo padre afirmou ser preciso criar formas de participação que envolvam os sujeitos e atores que estimulem as estruturas governamentais locais, nacionais e internacionais com uma energia moral para a inclusão das pessoas excluídas, na construção do destino comum. De acordo com o Papa Francisco, tudo isso deve ser feito com entusiasmo construtivo, sem ressentimentos e com amor.
À luz da provocação do Papa Francisco, em sua Carta aos Movimentos Populares em 2020, que diz: “vocês não são uns improvisados, têm a cultura, a metodologia, mas principalmente a sabedoria que é amassada com o fermento de sentir a dor do outro como sua. Quero que pensemos no projeto de desenvolvimento humano integral que ansiamos, focado no protagonismo dos Povos em toda a sua diversidade e no acesso universal aos três T que vocês defendem: terra e comida, teto e trabalho”, se fortalece a proposta de construção do Projeto Popular O Brasil que queremos: o Bem Viver dos povos.
Com isso, as articulações da 6ªSSB prosseguiram potencializando onde há e propor onde está fragilizado ou se perdeu a proposta do Bem Viver dos povos e a cuidar, proteger e defender a Casa Comum. “Várias encíclicas advertem que a Igreja não tem competência técnica nem os meios necessários para analisar ou propor modelos e projetos econômicos e políticos […], mas têm uma dimensão antropológico-social e ético-moral fundamentais, para a qual a Igreja tem competência e pode oferecer uma contribuição valiosa”, lembra o teólogo Francisco Aquino Junior, do livro Encíclicas Sociais: um guia de leitura. Dessa forma, Igreja e Movimentos Populares estão num processo de construção do Projeto Popular O Brasil que queremos: o Bem Viver dos povos.
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Em março, “Mutirão Nacional – o Brasil que queremos e o bem viver do povos” encerra a 6ª Semana Social Brasileira - Instituto Humanitas Unisinos - IHU