A formação dos presbíteros, a situação dos seminários e a importância do estudo da Teologia, são temas do encontro da Presidência da CNBB com o Papa Francisco

Campanha da Fraternidade 2024 (Foto: Divulgação | CNBB)

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  • "Trouxemos os elementos que fazem parte do caminho anual da Conferência e o Santo Padre, com simplicidade, mas com grande determinação, nos oferece orientações e apresenta as alegrias que sente, a partir do que estamos vivendo no processo evangelizador da Igreja no Brasil, mas também o que o preocupa e o que o inquieta particularmente."

  • A presidência da CNBB apresentou a Igreja do Brasil ao Santo Padre como uma Igreja que busca promover a comunhão e a fraternidade.

  • Para 2024, Dom Spengler espera que "o processo de evangelização possa ser realizado de forma cada vez mais vigorosa e intensa, com o fim de que o Evangelho do Crucificado e Ressuscitado possa encontrar cada vez maior incidência na vida das pessoas, dos fiéis, na vida comunitária e social."

A reportagem é de Luis Miguel Modino, publicada por Religión Digital, 11-01-2024.

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), composta por Dom Jaime Spengler, OFM (presidente), Dom João Justino de Medeiros Silva (vice-presidente 1º), Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza (vice-presidente 2º) e Dom Ricardo Hoepers (secretário-geral), está visitando a Cúria Romana nesta semana, uma tradição que se repete a cada ano. Nesta quinta-feira, 11 de janeiro, eles se encontraram com o Papa Francisco, e o presidente da CNBB, em entrevista à Rádio Vaticano, detalhou o encontro com o Santo Padre e as diferentes visitas realizadas ao longo da semana.

Fraternidade, diálogo, escuta

Segundo Dom Spengler, que participou dessas audiências quando era primeiro vice-presidente da CNBB, o encontro com o Papa "é sempre um momento de muita fraternidade, diálogo, escuta", enfatizando que isso é de ambas as partes. Segundo o arcebispo de Porto Alegre, "trouxemos os elementos que fazem parte do caminho anual da Conferência e o Santo Padre, com simplicidade, mas com grande determinação, nos oferece orientações e apresenta as alegrias que sente, a partir do que estamos vivendo no processo evangelizador da Igreja no Brasil, mas também o que o preocupa e o que o inquieta particularmente".

Entre os temas abordados no encontro de 11 de janeiro, Dom Spengler destacou o tema da formação dos presbíteros, a situação dos seminários, a importância do estudo da Teologia e a relevância do Colégio Pio Brasileiro em Roma, que definiu como a presença da Igreja do Brasil em Roma, onde os padres fazem seus estudos especializados para cooperar nas diversas instâncias da vida eclesial. Foi ressaltada a atenção aos seminários, sendo recomendado que nenhum seminário tenha menos de 20 seminaristas, visando promover a vida comunitária, que é uma das dimensões do processo de formação, estabelecida tanto pela "ratio" quanto pelas diretrizes para a formação dos presbitérios da Igreja no Brasil. Nesse sentido, instou a buscar meios para responder ao que o Papa está pedindo.

Promover a fraternidade e a comunhão

A presidência da CNBB apresentou a Igreja do Brasil ao Santo Padre como uma Igreja que busca promover a comunhão e a fraternidade. Para isso, foi entregue ao Papa o Texto Base da Campanha da Fraternidade 2024, que tem como tema "Fraternidade e amizade social", a ser estudado durante a Quaresma. Segundo o presidente do episcopado, o Papa ficou muito impressionado com um tema que lembra a encíclica Fratelli tutti, resgatando e procurando promover a vida comunitária, uma necessidade na sociedade brasileira, fragmentada nos últimos anos e que precisa entrar em um caminho de reconciliação. Dom Spengler destacou o conhecimento e o carinho que o Papa Francisco tem pelo Brasil, bem como seu senso de humor e a forte presença do Espírito nele, sempre disposto a atender a todos com respeito e atenção.

Cartaz da Campanha da Fraternidade de 2024. (Foto: Divulgação/CNBB)

Com relação às visitas aos dicastérios, o presidente da CNBB destacou a boa acolhida, afirmando que "a Praedicate Evangelium está penetrando nos diversos ambientes". Foram ouvidos com atenção para que os dicastérios possam encontrar elementos que possibilitem a ajuda e a cooperação. Algo que está sendo feito, por exemplo, na colaboração com a Livraria Editora Vaticana (LEV), que possibilita "que as grandes orientações do magistério ordinário e os documentos dos diversos Dicastérios da Santa Sé possam chegar ao povo o mais rapidamente possível e com uma qualidade que expresse a dignidade e a importância desses documentos".

Para 2024, Dom Spengler espera que "o processo de evangelização possa ser realizado de forma cada vez mais vigorosa e intensa, com o fim de que o Evangelho do Crucificado e Ressuscitado possa encontrar cada vez maior incidência na vida de as pessoas, dos fiéis, na vida comunitária e social", buscando promover a vida em abundância para todos e a cooperação para um mundo e uma Igreja melhores para as futuras gerações. Para isso, ele lembrou da importância do compromisso batismal, para ser sal, luz, fermento de transformação em meio à sociedade, com uma vida capaz de deixar marcas positivas na vida da comunidade e da família.

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