COP28 e a mudança radical na emissão de combustíveis fósseis

Foto: Grynold | Canva

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

30 Novembro 2023

Metanoia” – uma mudança radical e transformadora de coração e de estilo de vida – é o que o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) espera da 28ª Conferência de Mudanças Climáticas (COP28) da Organização das Nações Unidas (ONU), que começa nesta quinta-feira, 30, em Dubai, capital dos Emirados Árabes Unidos.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista. 

A comunidade internacional espera os resultados desse encontro com grande expectativa. Afinal, o que está em jogo é a saúde do planeta e o bem-estar da humanidade. Vários relatórios da ONU apontam que o mundo não caminha na direção acordada no Acordo de Paris de limitar a temperatura a 1,5º C.

O Relatório Técnico GST divulgado em setembro passado mostra que o mundo está numa trajetória rumo a um aquecimento global de 2,7º C acima dos níveis pré-industriais, o que trará consequências calamitosas. Para alcançar a temperatura desejada, será preciso substituir, com urgência, os combustíveis fósseis, como petróleo e gás, para fontes de energia renováveis.

A ciência afirma: ainda é possível limitar o aumento da temperatura a 1,5º C e evitar o pior das alterações climáticas, mas para tanto é preciso reduzir em 45% as emissões de gases do efeito estufa até 2030, em comparação aos níveis de 2010.

A COP28 deverá mostrar o que é preciso fazer, imediatamente, para alcançar tais objetivos. O CMI espera que os países que mais emitem gás estufa façam o que dizem.

“Entretanto, os países mais ricos, cuja riqueza foi construída com base na economia dos combustíveis fósseis, estão recuando nos seus próprios compromissos de redução e até investindo na exploração e no desenvolvimento de novos combustíveis fósseis, ao mesmo tempo em que não reconhecem a interligação global e continuam a resistir às exigências de justiça para nações e comunidades mais vulneráveis e de baixo rendimento, que são menos responsáveis por essa crise global, mas que já sofrem os seus piores efeitos”, denuncia o Comitê Central do CMI em declaração emitida em 13 de novembro passado, quando esteve reunido em Abuja, na Nigéria.

O documento do CMI apela à COP28 para que países superem os atuais conflitos, confrontos e divisões na comunidade internacional e passem a atuar coletivamente para enfrentar “a urgente ameaça existencial das alterações climáticas como uma questão de responsabilidade moral fundamental para com as atuais e futuras gerações de vida na Terra”.

A expectativa é que a COP28 seja o encontro da virada, quando os países decidirão não só sobre quais ações climáticas mais significativas devem ser tomadas, mas também como realizá-las.

As COP são reuniões anuais de alto nível governamental focadas na questão climática. Desde a adoção do Acordo Climático de Paris na COP21, que estabeleceu o limite de 1,5º C da temperatura média global do planeta, foram realizadas outras COP: em Katowice, onde teve lugar a COP24, em Glasgow, a COP26, na qual foi elaborado o plano de ação, e a COP27, em Sharm-el-Sheik, quando começou a fase de implantação.

A COP28 estará reunida de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que vem a ser o sétimo maior produtor de petróleo do mundo.

Leia mais