29 Novembro 2023
No dia 12 de novembro, o Papa Francisco depôs o bispo de Tyler, nos Estados Unidos, Joseph E. Strickland, figura de destaque da ala conservadora da Igreja. Desde 2018, depois de ter abraçado as querelas do ex-núncio Carlo Maria Viganò, fez amplo uso das redes sociais para atacar o Papa (a ponto de declará-lo “herege”) e seguiu uma linha pastoral tão tradicionalista que queimou - com palavras duras e rudes contra aqueles com quem não partilhava o seu pensamento - as relações com os fiéis, as famílias, as crianças e os seus educadores escolares. Ele dividiu o seu clero entre “bons” (os conservadores amantes da liturgia pré-conciliar) e “maus” (os mais pastoris), recompensou os primeiros e puniu os segundos.
A informação é de Filippo Di Giacomo, publicada por La Repubblica, 24-11-2023.
Se lermos atentamente as palavras suaves, para dizer adeus a Strickland, usadas pela Santa Sé e pelo Cardeal Dinardo, seu metropolita como arcebispo de Galveston-Houston, compreendemos que, na diocese, ele também dividiu fiéis e sacerdotes entre os prós e os contras do Papa Francisco, armando os primeiros contra os segundos.
Nos mesmos dias, a Universidade Católica da América, em Washington, publicou um relatório (parte do estudo mais amplo do Catholic Project) que mostra que nos EUA a figura do “padre progressista” praticamente desapareceu. Um total de 85% dos jovens sacerdotes define-se como “conservadores/ortodoxos” ou “muito conservadores”, enquanto 14% considera-se “algures no meio”. Ainda em 2000, os padres americanos que, no momento da ordenação, se reconheciam teologicamente como “progressistas” ou “muito progressistas” constituíam 68%. Quem sabe que surpresas os padres italianos teriam reservado, supondo que alguém queira saber o que eles pensam.
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Estados Unidos. Para onde foram os padres progressistas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU