26 Outubro 2023
Os sistemas alimentares responderam por mais de 73% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil em 2021, de acordo com levantamento do SEEG.
A informação é de Climainfo, 25-10-2023.
A pujança do agronegócio brasileiro se reflete também nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) do setor. Um estudo divulgado nesta 3ª feira (24/10) pelo Observatório do Clima, a partir de dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), mostrou que as cadeias produtivas alimentares responderam por 73,7% das emissões brutas de GEE do Brasil em 2021.
Do total de 2,4 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e) lançadas na atmosfera pela economia brasileira em 2021, cerca de 1,8 bilhão foram decorrentes da produção de alimentos no Brasil. A esmagadora maioria (1,4 bilhão de tCO2e) desse montante está relacionada à produção de carne bovina. Se fosse um país, essa indústria seria o 7º maior emissor de GEE do planeta, à frente de países como o Japão.
As emissões de sistemas alimentares têm origem principalmente no desmatamento, que responde por mais da metade (56%, ou cerca de 1 bilhão de tCO2e) do total, seguido pela agropecuária (34%, ou 600 milhões de tCO2e) e energia (6%, ou 100 milhões de tCO2e). O desmatamento corresponde sozinho a 70,6% das emissões das cadeias produtivas da carne bovina, seguido pelas emissões diretas do rebanho (29,9%).
Como destacou o Observatório do Clima, o recorte sobre os sistemas alimentares vem entrando no foco dos cientistas desde o relatório do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança do Clima (IPCC) de 2019. Segundo a análise, até 37% das emissões de GEE do planeta estão associadas à produção de alimentos para os seres humanos.
Os novos dados do SEEG sobre as emissões das cadeias produtivas alimentares no Brasil foram destacados por Folha, Projeto Colabora e Um Só Planeta, entre outros.
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Produção de comida responde por quase 3/4 das emissões brasileiras - Instituto Humanitas Unisinos - IHU