27 Junho 2023
Entrevista com Hugo Daniel Carrión: advogado (UBA), mestre em direito, ciências e tecnologias da informação (UMS). Especialista em direito penal e direito animal. Promotor Criminal e Correcional, responsável pelo Grupo 8 da Unidade de Julgamentos do Departamento Judicial de Lomas de Zamora (Buenos Aires - Argentina). Vegano, ativista e assessor jurídico ad honorem da União Vegana Argentina (desde 2013). Membro honorário da Associação Naturista de Buenos Aires (ANBA). Assessor jurídico ad honorem da Earth Save Miami.
A entrevista é de Johana Fernanda Sánchez Jaramillo, publicada por Rebelión, 24-06-2023. A tradução é do Cepat.
Há quanto tempo você é vegano e por quê?
Há 13 anos, e foi quando vi um vídeo na plataforma YouTube chamado La verdad sobre los mataderos. Decidi não ser cúmplice da exploração animal.
É difícil ser vegano na Argentina?
É difícil porque é um país fundamentalmente agropecuário e com uma clara educação antropoespecista, mas somos cada vez mais (12% da população é vegetariana ou vegana).
Como “introduziu” o veganismo em sua família?
Não o introduzi, aconteceu naturalmente. Minha esposa sentia que não era coerente e meus filhos o sentiram como o correto.
Regulamentação, direitos, libertação animal ou tudo junto?
Educação e ativismo político e jurídico, descoisificação por meio de legislação específica para alcançar o reconhecimento dos direitos animais essenciais (vida, liberdade, integridade e dignidade) como um caminho para a libertação animal definitiva.
Desempenha um ativismo para mudar a percepção que se tem sobre os (outros) animais. Como as crianças e jovens reagem?
Os jovens são os melhores receptores da mensagem do veganismo, como ética de respeito, igualdade e justiça.
Em quantas universidades já se apresentou e qual foi o impacto?
Em várias universidades. O impacto é muito positivo e receptivo aos pressupostos do veganismo.
As redes sociais são outra frente para o ativismo. Que tipo de informação você compartilha e qual é a sua finalidade?
Por um lado, mostrando sempre a realidade da exploração animal e, por outro, a igualdade em senciência e consciência dos outros animais, que os tornam credores desses direitos subjetivos essenciais.
Como as pessoas reagem diante de suas mensagens?
De forma variada. Por um lado, existe um importante grau de receptividade e apoio, mas, por outro, um notório desprezo, ódio, resistência e/ou ressentimento aos postulados do veganismo.
Compartilhe uma palavra ou frase que defina seu ativismo em favor dos outros animais.
O veganismo é justiça.
Por fim, qual é o papel da educação, do direito e da família na causa pela libertação animal?
A educação é crucial porque é a chave para mudar o paradigma cultural antropocêntrico da exploração animal e, depois, o direito, como produto cultural dinâmico, deverá acompanhar inexoravelmente essas mudanças.
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“O veganismo é justiça”. Entrevista com Hugo Daniel Carrión - Instituto Humanitas Unisinos - IHU