23 Setembro 2023
"Poucos perceberam, mas o Secretário-Geral Guterrez, na sua intervenção chegou a afirmar: 'Ou começa a reforma das Nações Unidas ou há uma ruptura, as instituições, em vez de serem a solução, correm o risco de se tornar parte do problema'"
O comentário é de Tonio Dell’Olio, padre, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 27-07-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Está ocorrendo a Assembleia Geral das Nações Unidas e a imprensa parece inteiramente concentrada nos jantares de Meloni. Não dá para acreditar! A aposta em jogo é muito maior e mais importantes do que as festas do Presidente dos EUA e da pizza italiana. Naquela assembleia mundial, os povos do mundo haviam semeado o sonho de preservar a terra e as gerações futuras do “flagelo da guerra”. A ONU devia ser o instrumento supranacional eficaz para intervir em socorro das vítimas das carestias, da fome, das ditaduras...
E em vez disso olhem para ela hoje, exemplo de democracia que não é capaz de exercê-la nem mesmo internamente, deixando ficar um anacrônico, paralisante e nocivo direito de veto. Poucos perceberam, mas o Secretário-Geral Guterrez, na sua intervenção chegou a afirmar: "Ou começa a reforma das Nações Unidas ou há uma ruptura, as instituições, em vez de serem a solução, correm o risco de se tornar parte do problema". De fato, é verdade que mesmo aos olhos daqueles que não entendem essas coisas, parece completamente evidente que o G20, o G8, os BRICS e a OTAN tornaram-se locais de tomada de decisão muito maiores do que essa velha ferramenta da ONU.
No entanto, não estaríamos aqui a tratar disso se não acreditássemos realmente que possa servir para reduzir os sofrimentos e a morte no mundo. Mas antes de mais nada, precisa reformar-se num sentido democrático e atualizar-se em relação a um arranjo geopolítico profundamente alterado desde a sua criação.
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ONU: Mudar ou desaparecer. Comentário de Tonio Dell'Olio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU