06 Junho 2023
"A teoria de gênero se propõe implicitamente a querer destruir pela raiz aquele projeto criatural que Deus quis para cada um de nós: a diversidade, a distinção. Fazer tudo se tornar homogêneo, neutro. É o ataque à diferença, à criatividade de Deus, ao homem e à a mulher".
O comentário é do padre e teólogo italiano Luigi Maria Epicoco, professor de Filosofia na Pontifícia Universidade Lateranense e no ISSR “Fides et Ratio”, de L’Aquila, do qual também é reitor, publicado por Istituto Gesù Sacerdote. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em todas as épocas históricas, o mal se manifestou de diversas maneiras. Neste momento histórico, a modalidade mais específica pela qual o mal se faz presente e age certamente é a teoria de gênero.
No entanto, quero logo salientar que, ao dizer isso, não estou me referindo àquelas que têm uma orientação homossexual. O Catecismo da Igreja Católica nos convida, de fato, a acompanhar e a cuidar pastoralmente desses irmãos e dessas irmãs.
Minha referência é mais ampla e diz respeito a uma perigosa raiz cultural. Ela se propõe implicitamente a querer destruir pela raiz aquele projeto criatural que Deus quis para cada um de nós: a diversidade, a distinção. Fazer tudo se tornar homogêneo, neutro. É o ataque à diferença, à criatividade de Deus, ao homem e à a mulher.
Se digo isso claramente, não é para discriminar ninguém, mas simplesmente para advertir a todos contra a tentação de cair naquele que foi o projeto louco dos habitantes de Babel: anular a diversidade para buscar nessa anulação uma única língua, uma forma única, um único povo.
Essa aparente uniformidade os levou à autodestruição, porque é um projeto ideológico que não leva em conta a realidade, a verdadeira diversidade das pessoas, a unicidade de cada um, a diferença de cada um.
Não é a anulação da diferença que nos tornará mais próximos, mas é a acolhida do outro na sua diferença, na descoberta da riqueza na diferença. É a fecundidade presente na diferença que faz de nós seres humanos à imagem e semelhança de Deus, mas sobretudo capazes de acolher o outro pelo que ele é e não pelo que queremos transformá-lo. O cristianismo sempre priorizou os fatos sobre as ideias.
No gênero, vemos como uma ideia quer se impor à realidade, e isso de maneira sutil. Quer minar na base a humanidade em todos os âmbitos e em todas as manifestações educativas possíveis e está se tornando uma imposição cultural que, em vez de nascer de baixo, é imposta de cima até por alguns Estados como o único caminho cultural possível, ao qual é preciso se adequar.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Ética e moral sexual. Artigo de Luigi Maria Epicoco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU