Igrejas precisam aceitar que é possível ser europeu sem ser branco

Foto: Irish Defence Forces/ Wikimedia Commons

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23 Março 2023

“Nenhum pai colocará o seu filho num barco, a menos que pense que a água é mais segura que a terra”, observou um migrante africano no Fórum Ecumênico África-Europa sobre Migração, reunido dias 15 a 19 de março na African Church Centre Borgfelde, de Hamburgo, a convite da Igreja Evangélica Luterana do Norte da Alemanha e da Comissão de Igrejas para Migrantes na Europa, com a parceria da Missions Akademie, da Universidade de Hamburgo.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.  

Para o executivo do programa sobre superação do racismo do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Dr. Masiiwa Ragies Gunda, “as igrejas parecem ser os lugares de esperança para os migrantes, mas precisam assumir seu papel como espaços seguros, o que nem sempre foi o caso”.

Políticas complicadas que regem a migração regular e o agravamento da situação nos países africanos estão levando as pessoas a optarem pela perigosa e arriscada migração irregular, informa o serviço de imprensa do CMI.

O representante da Igreja Evangélica do Norte da Alemanha, Dietrich Gerstner, relatou a existência de uma forte diáspora afro em Hamburgo. Refugiados e migrantes, apoiados pela igreja, fazem duas perguntas críticas: “Quando as igrejas na Alemanha e na Europa começarão a refletir sobre as mudanças demográficas visíveis na sociedade em geral e aceitar que é possível ser alemão sem ser branco? O que há de errado em ser negro, por que não podemos ser aceitos e integrados integralmente, mesmo na terceira, quarta ou quinta geração?”

Os participantes do encontro desafiaram as igrejas a melhorarem sua diaconia em relação aos migrantes e as encorajaram a abrir espaços seguros onde migrantes possam compartilhar suas experiências traumáticas para começar a cura. Migrantes africanas sofrem mais os preconceitos raciais e de gênero. Também as crianças sofrem mais por “não serem europeias o suficiente e, ao mesmo tempo, não serem suficientemente africanas”.

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