Bätzing está farto: “Rejeito as acusações, fazemos parte da Igreja Católica mundial, não procuramos uma Igreja nacional”

Foto: Vatican Media

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03 Março 2023

  • Após o encerramento da assembleia plenária dos bispos, em Dresden.

  • “Fazemos parte da Igreja Católica mundial, por isso, mais uma vez, rejeito clara e resolutamente as acusações, vindas de fora da Conferência Episcopal Alemã (CEA), de que estamos caminhando para uma Igreja nacional ou que estamos buscando divisões”, disse Georg Bätzing enfaticamente quando da conclusão, na quinta-feira em Dresden, da assembleia plenária de primavera do Episcopado Alemão.

  • Os bispos alemães condenaram novamente a invasão russa da Ucrânia e enfatizaram o direito deste país à autodefesa. “Admiramos a determinação e resiliência que os ucranianos estão demonstrando na luta por sua liberdade. Estamos ao seu lado solidários”, assinalam no comunicado final do Plenário.

A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 02-03-2023.

“Fazemos parte da Igreja Católica mundial, por isso, mais uma vez, rejeito clara e resolutamente as acusações, vindas de fora da Conferência Episcopal Alemã (CEA), de que estamos caminhando para uma Igreja nacional ou que estamos buscando divisões”, disse Georg Bätzing enfaticamente quando da conclusão da assembleia plenária de primavera do episcopado alemão em Dresden nesta quinta-feira. Dom Georg Bätzig é o atual presidente da CEA.

O religioso reiterou que a CEA "levará a sério as preocupações e sugestões dos dicastérios vaticanos" sobre o Caminho Sinodal e seus órgãos, em relação à carta enviada recentemente, com autorização expressa do Papa, pelos cardeais Parolin, Ladaria e Ouellet.

Bispos unidos, apesar das dificuldades

O religioso alemão confessou que, no dia que dedicaram a esta matéria na quarta-feira, encontrou nos bispos "uma união aberta e construtiva" apesar da situação criada que levou alguns a escreverem a Roma manifestando a sua preocupação por aquilo que consideram um deriva da perigosa Caminho Sinodal.

"Examinamos de perto os textos, para os quais um número particularmente grande de bispos havia relatado a necessidade de discussão e coordenação. Espero que tenhamos conseguido derrubar as barreiras à aprovação dos textos, mas ainda faltam mudanças necessárias", Bätzing observou após o fechamento.

Abuso espiritual

Durante esta sessão plenária, os bispos alemães também abordaram a questão dos abusos espirituais, sobre os quais reconheceram um aumento de denúncias  na Igreja e que, por falta de base criminal, não contam com o apoio da polícia nem o Ministério Público.

Da mesma forma, referindo-se ao debate sobre o aborto, no qual alerta para a “polarização crescente”, Bätzing pronunciou-se a favor da manutenção da atual situação jurídica e sublinhou a obrigatoriedade do aconselhamento às mulheres face à possibilidade de aborto. “Isso se aplica em particular às mulheres que são pressionadas por seus parceiros ou parentes, às mulheres com fortes ambivalências, a todas as mulheres em situações vulneráveis ​​em geral”, continuou.

Por isso, defendeu, “o aconselhamento obrigatório imparcial não só cumpre o conceito legislativo de proteção da vida do nascituro, mas também a proteção da saúde e garante que a mulher possa tomar uma decisão por si própria”.

Declaração sobre a Ucrânia

Finalmente, os bispos alemães condenaram mais uma vez a invasão russa ao território ucraniano. Eles enfatizaram o direito deste país à autodefesa. “Admiramos a determinação e resiliência que os ucranianos estão demonstrando na luta por sua liberdade. Estamos ao seu lado solidários”, assinalam no comunicado final do Plenário.

Dito isso, eles igualmente enfatizam que “a autodefesa e o auxílio emergencial também estão sujeitos a certos limites” e que “os cenários de escalada devem ser descartados na medida do possível”. Todo o possível deve ser feito para garantir que uma guerra regional não se transforme em uma guerra mundial e que o uso de armas de destruição em massa não seja uma alternativa”.

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