09 Dezembro 2022
“O anúncio da visita do Santo Padre é uma resposta à nossa oração. Toda a população do Sudão e do Sudão do Sul espera que o Sucessor de Pedro venha para caminhar sobre o solo do nosso país”.
A reportagem é publicada por Agência Fides, 12-07-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
O bispo de Tombura Yambio, Sudão do Sul, Eduardo Hiiboro Kussala, contatado por telefone pela Agência Fides, comentou sobre a iminente visita ao país, prevista de 3 a 5 de fevereiro, que o Papa Francisco fará junto com o arcebispo de Canterbury Justin Welby, Primaz da Comunhão Anglicana, e o pastor Iain Greenshields, moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia. O prelado destacou o significado da peregrinação ecumênica sob a insígnia da paz.
“A vinda do Papa quer ser um momento para fortalecer a nossa fé, para nos sentirmos um só povo guiado pelo seu pastor. O fato de ser uma visita marcada pelo ecumenismo, juntamente com os líderes de outras Igrejas, ressalta a importância de querer o Sudão do Sul unido, todos os grupos étnicos, comunidades e credos em harmonia. É um verdadeiro apelo à unidade e à coexistência”. Kussala considera a visita “um gesto cujo principal objetivo é invocar e promover a paz nos nossos corações sobretudo, a paz entre nós, a paz para todos os povos do mundo que estão em guerra”.
Sudão do Sul, na África (Foto: Spesh531 | WIkimedia Commons)
O 'país mais jovem do mundo', que em 2011 conseguiu conquistar a independência do Sudão após meio século de batalhas (ver Agencia Fides 8/2/2011), nunca conheceu a paz. De fato, desde 2013, a população é devastada por uma guerra civil e étnica sem fim, apesar de um acordo de paz assinado em 2018 e nunca respeitado (ver Agência Fides 6/7/2018). “Gostaria de contribuir para esse processo de paz, não sozinho, mas fazendo uma peregrinação ecumênica junto com dois caros irmãos, o arcebispo de Canterbury e o moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia”, disse o Papa Francisco segundo o que foi informado em uma declaração do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos de 1º de dezembro passado.
“Rezaremos todos juntos pela paz no Sudão do Sul, mas também pela paz na Ucrânia e em todas as áreas do planeta envolvidas em conflitos”, concluiu o bispo Kussala.
Até hoje, mais de 2,3 milhões de sul-sudaneses foram forçados a fugir para países vizinhos, principalmente Uganda, mas também Sudão e Etiópia. Há mais de 2 milhões de pessoas deslocadas no próprio país. “Tanto as forças do governo do Sudão do Sul quanto os rebeldes estão usando a fome como uma tática deliberada para forçar os civis à fuga”, explica um comunicado publicado pela Global Rights Compliance Foundation, ONG especializada em direito internacional e na defesa dos direitos humanos. Estima-se que mais de 8 milhões de sul-sudaneses, de um total de 11 milhões, estejam enfrentando uma situação de grave insegurança alimentar.
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Sudão do Sul – uma resposta às orações da população chega ao país que nunca conheceu a paz - Instituto Humanitas Unisinos - IHU