O governo cubano obriga a saída do superior da Companhia de Jesus da ilha

David Pantaleón, superior da Companhia de Jesus. Foto: Jesuítas da América Latina

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14 Setembro 2022

 

  • O governo cubano não informou sobre a situação de Pantaleón, que também atuou como presidente da Conferência Cubana de Religiosos (CONCUR). Nem a Igreja Católica Cubana nem a Companhia de Jesus se posicionaram no momento

 

  • O padre, nascido na República Dominicana, se posicionou politicamente em algumas ocasiões. A mais destacada foi quando pediu às autoridades, junto com outros religiosos, permissão para levar ajuda aos ativistas do Movimento San Isidro em greve de fome no final de 2020. O pedido foi negado.

 

A informação é publicada por Religión Digital, 14-09-2022.



Na terça-feira, 13-09-2022, o governo cubano forçou a saída do superior da Companhia de Jesus da ilha, o dominicano David Pantaleón, ao não renovar sua autorização de residência para estrangeiros. Como explicaram à Efe fontes próximas à Igreja Católica, as autoridades cubanas decidiram não renovar este documento depois de lhe pedir que controlasse os comentários políticos críticos do pessoal jesuíta na ilha e Pantaleón não concordou.



O governo cubano não informou sobre a situação de Pantaleón, que também atuou como presidente da Conferência Cubana de Religiosos (CONCUR). Nem a Igreja Católica Cubana nem a Companhia de Jesus se posicionaram até o momento.



Pantaleón, segundo fontes da Efe, deixou definitivamente Cuba na terça-feira, mas já no início deste ano as autoridades o informaram que sua autorização de residência, que é anual e válida para o ano civil, não seria renovada. As tentativas subsequentes do superior dos jesuítas para obter a licença foram em vão. Pantaleón então deixou Cuba temporariamente, para retornar logo depois com um visto de três meses que expirou em setembro deste ano.



O padre dominicano se posicionou politicamente em algumas ocasiões. A mais destacada foi quando pediu às autoridades, junto com outros religiosos, permissão para levar ajuda aos ativistas do Movimento San Isidro em greve de fome no final de 2020. O pedido foi negado.

"Não demonize os que são oposição"



"Não se trata de ideologias de esquerda ou direita. Trata-se de coisas tão simples como o direito de viver, de expressar o que se pensa, de discutir as diferenças sem 'demonizar' o outro, de respeitar a dignidade de todas e de todos", escreveu Pantaleón na ocasião no Facebook.



Outros membros da congregação se posicionaram de forma mais aberta nos últimos meses, especialmente em função da repressão aos protestos de 11 de julho, os maiores em décadas, e das subsequentes sentenças judiciais, de até 30 anos de prisão.



Várias pessoas da Igreja Católica lamentaram a saída do superior jesuíta, como sua parceira na CONCUR, Ariagna Brito Rodríguez, das Irmãs da Caridade do Cardeal Sancha em Cuba. "Isso não deveria acontecer. Quem deve sair do país são aqueles que usam o poder para viver como reis, às custas de um povo escravo, castigado, açoitado e obrigado a fugir", escreveu Brito no Facebook.



Pantaleón celebrou sua última missa em Cuba no domingo passado, presidida pelo Arcebispo e Cardeal de Havana, Juan García Rodríguez.



A Companhia de Jesus é uma das maiores organizações da Igreja Católica na ilha, opera paróquias e centros educativos e conta com cerca de 300 trabalhadores em todo o país.

 

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