A reunião anual da Convenção Batista do Sul (CBS), a maior denominação protestante dos Estados Unidos, reunida em Anaheim, California, aprovou resolução que rejeita o evangelho da prosperidade, qualificando-o como uma distorção das Escrituras, de modo particular em relação à obra expiatória de Jesus Cristo na cruz.

A informação é de Edelberto Behs, jornalista, que atuou na Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil – IECLB de 1974 a 1993, como repórter e editor do Jornal Evangélico e depois como assessor de imprensa.

A resolução definiu o evangelho da prosperidade como a crença de que “a morte sacrificial e expiatória de Jesus concede aos crentes saúde, riqueza e remoção de doenças e pobreza”. Essa teologia é uma distorção da “generosidade bíblica”, explora pessoas vulneráveis e culpa doentes por falta de fé, corrompendo a compreensão bíblica do sofrimento.

Os cristãos, lembra a resolução, devem “guardar-se contra os falsos ensinos, tomar cuidado com os falsos profetas que vêm até nós disfarçados de ovelhas, mas interiormente são lobos vorazes, e guardar a integridade das Escrituras”, informa nota do The Christian Post.

A Convenção, que reuniu mais de 8 mil delegados e delegadas, também aprovou recomendações, depois de receber relatório da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa de que investigou ações e decisões de funcionários e membros do Comitê Executivo de 1o de janeiro de 2000 a 14 de junhos de 2021, de criar um banco de dados de “verificação do ministério” e de uma força-tarefa sobre abusos sexuais.

O relatório constatou que nos últimos 20 anos a CBS protegeu interesses da denominação acima das supostas vítimas de abuso sexual, mesmo quando diante de fatos claros de abuso. Líderes da Convenção intimidaram denunciantes e exoneraram igrejas onde abusos sexuais foram cometidos.

O ex-líder da Força-Tarefa que examinou as denúncias de abuso sexual, pastor Bruce Frank, defendeu as medidas protetoras. “Hoje, vamos escolher entre humildade ou arrogância. Escolheremos entre arrependimento genuíno ou ser continuamente passivos e nossa abordagem ao abuso sexual na Convenção Batista do Sul. Escolheremos entre fazer o melhor para a glória de Deus e para o bem das pessoas, ou escolheremos novamente os negócios como de costume”, argumentou.

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