15 Junho 2022
“O pastorado feminino é antibíblico”, vociferou o pastor Rodrigo Mocellin, líder da Igreja Resgatar, de Guaratinguetá, interior de São Paulo. Em vídeo postado em rede social, ele criticou a Assembleia de Deus Madureira por ter ordenado a primeira pastora para assumir a presidência de campo, ou seja, a sede da denominação num Estado.
A reportagem é de Edelberto Behs.
Essa ordenação desobedece uma ordem bíblica, diz o pastor. Ele recorreu ao apóstolo Paulo que, na carta aos Coríntios (1 Co. 15,34), disse que era “vergonhoso uma mulher falar nas reuniões da igreja”. Lembrou também – mais uma vez conforme Paulo na I carta a Timóteo - que Deus criou primeiro o homem, Adão, depois a mulher, Eva.
A Assembleia de Deus “inverte a ordem natural” colocando a mulher como cabeça, uma vez que “o homem tem a predisposição para a liderança”. Já a mulher tem competências que o homem não tem, como ser mãe e cuidar de crianças, alegou.
Isso de ordenar mulheres é coisa do feminismo, que surgiu em 1848, historiou. Até 1850 não existia mulher no pastorado. “Feminista odeia a fé cristã”, sentenciou. Os que justificam o pastorado feminino recorrem ao argumento cultural, invertendo a lógica da inerrância bíblica, e consideram mais importante a leitura histórica dos fatos, que pode ser imperfeita, do que a Bíblia, que é perfeita.