Pastor pede escusas por ter discriminado homossexuais

O reverendo Ricardo Gondim, da Igreja Betesda, de São Paulo, anunciou que essa congregação jamais descriminará qualquer pessoas devido à identidade sexual e de gênero. Ele fez um mea culpa a respeito do posicionamento que chegou a expressar no passado. “Escrevi textos e participei de conferências em que fui homofóbico: ‘não há lugar para pessoas homossexuais no reino de Deus’, era uma das minhas frases”.

A reportagem é de Eldeberto Behs, jornalista. 

Pastores e igrejas perdem “inúmeras pessoas lindas por elas virem de fora das normas culturais. Por outro lado, acolhem fariseus moralistas, imorais e violentos”, manifestou Gondim em postagem nas redes sociais. “Por outro lado, acolhem fariseus moralistas, imorais e violentos”.

Gondim disse que conheceu de perto a discriminação, repúdio e exclusão que essas pessoas sofrem. “Eu mesmo, em tempos fundamentalistas, rotulava gays de ‘pervertidas’, ‘pecadoras’, ‘abominações””, admitiu.

Posturas desse calibre “empurraram alguns e algumas para o suicídio. Sujei as mãos de sangue. Pedi perdão a Deus, mas não foi o suficiente; me comprometi a usar todo o esforços para acolher. Equivalente em oferecer esperança”, afirmou.

“Minha bandeira – proclamou – não é a homossexualidade; minha causa é o amor hospitaleiro. Minha causa transcende essa pauta. Não sou gay, mas sou pastor que vê essas pessoas sem os óculos da discriminação, da culpa e do pecado”. Homossexualidade, concluiu, não é pecado.

Gondim iniciou o seu pastorado na Igreja Assembleia de Deus.

Leia mais

• Igreja e homossexualidade: é necessário um novo paradigma
• “O problema da igreja é ligar o poder a questões da sexualidade”. Entrevista com Josselin Tricou
• Sobre a bênção a uniões homossexuais
• #OAmorVence: centenas de padres alemães abrem suas paróquias em uma “maratona de bênçãos” a casais homossexuais
• Papa Francisco sobre as pessoas LGBT: "Se estivéssemos convencidos de que eles são filhos de Deus, as coisas mudariam muito"
• Papa Francisco encoraja padre jesuíta James Martin em seu ministério com as pessoas LGBT+
• O apoio do papa Francisco a união civil homossexual é “vazio” ou um “passo significativo”?
• Francisco e as uniões homossexuais
• Cardeal diz que repensar a sexualidade humana é tarefa importante para a Igreja
• Cardeal Marx: não é um Sínodo sobre sexualidade. É tolice não dar mais espaço para as mulheres
• A Igreja e a Sigla LGBT
• ''A Igreja precisa ouvir as pessoas homossexuais.'' Entrevista com o jesuíta James Martin
• Igreja e Estado: da sodomia à criminalização da LGBTfobia
• Construir uma ponte entre a Igreja e as pessoas LGBT. Entrevista com James Martin
• Como a pastoral paroquial com pessoas LGBT muda o nosso modo de ser Igreja?
• O papel dos cristãos que apoiam a comunidade LGBT nunca foi tão importante
• Cardeal alemão aprova cerimônias de “bênção” a casais homossexuais