19 Abril 2022
“Quaisquer que sejam as situações em que nos encontremos, a Páscoa abre uma passagem onde os nossos olhos veem apenas muros. O obstáculo torna-se uma passagem para atravessar a noite até o dia”, escreve Jacques Gaillot, bispo de Partenia, em artigo publicado em seu Facebook, 12-04-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
O Homem de Nazaré não se deixa confinar: nem pelos laços familiares, nem pelo seu grupo de discípulos, nem pela Lei, nem pelas representações feitas dele, nem pela morte. Ele não ficou prisioneiro do túmulo. Ressuscitado dos mortos, Jesus está vivo para sempre. A vida de Deus resplendece nele. A aurora da ressurreição não conhecerá o ocaso. A Páscoa é a passagem da morte para a vida. A morte não tem a última palavra. “Sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte” (1 Jo 3,14).
Imagens terríveis estão sendo impostas diante de mim pela guerra na Ucrânia: em Mariupol, cidade mártir, mulheres, crianças, idosos lutam para sobreviver refugiados nos porões.
Quaisquer que sejam as situações em que nos encontremos, a Páscoa abre uma passagem onde os nossos olhos veem apenas muros.
O obstáculo torna-se uma passagem para atravessar a noite até o dia.
As provações podem se tornar lugares de nova força.
A Páscoa nos tornou pessoas de passagem. Nunca chegadas, nunca instaladas, mas felizes por estar vivas hoje.
Vivas antes da morte. Porque a vida é frágil. Podemos perdê-la quando menos esperamos.
Amamos a vida, a amizade, o encontro, a partilha.
Cuidemos do humano, em todas as circunstâncias.
A Páscoa é sempre a vida que vence.
Paris, Páscoa 2022
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A Páscoa abre uma passagem - Instituto Humanitas Unisinos - IHU