Cardeal Marx, contra o celibato obrigatório: “Seria melhor para todos criar a possibilidade de padres celibatários e casados”

Cardeal Marx durante o período de perguntas após seu discurso na conferência do Instituto Loyola no Trinity College Dublin em junho de 2016 sobre a Igreja em uma sociedade pluralista (Fonte: Wikimedia Commons)

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04 Fevereiro 2022

 

Faz-se necessário abrir um debate sobre se o celibato deve ser “um requisito básico” para o sacerdócio, embora o cardeal tenha afirmado que “não será eliminado”, pois é “uma forma de viver o Evangelho”.

O cardeal evitou pronunciar-se em relação à questão de se Bento XVI deveria pedir perdão e expressou, pelo contrário, a esperança de que Joseph Ratzinger se manifeste e que sua explicação “contenha palavras de empatia com os afetados e tenha em conta quais são agora as expectativas que existem”.



A reportagem é publicada por Religión Digital, 02-02-2022. A tradução é do Cepat.



O cardeal alemão Reinhard Marx pronunciou-se na quarta-feira a favor da Igreja Católica permitir o casamento de certos padres, embora defendesse a manutenção do celibato como “um possível modo de vida de imitação de Cristo”.

“Seria melhor para todos criar a possibilidade de padres celibatários e casados”, defendeu o cardeal, arcebispo de Munique e Freising, em entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung em que sublinhou que “são debates que devem acontecer”.

“As coisas não podem continuar como estão agora”, disse Marx, que chamou a vida celibatária de “precária”.

 

Não vincular celibato e abusos

 

Embora tenha descartado vincular, em geral, o celibato aos abusos sexuais de menores, o cardeal explicou que é um modo de vida “que atrai pessoas que não são adequadas [para este modo de vida], que são sexualmente imaturas”.

Marx sublinhou que é necessário debater se o celibato deve ser “um requisito básico” para o sacerdócio, embora tenha afirmado que “não será eliminado”, pois é “uma forma de viver o Evangelho”.

O cardeal, por outro lado, rejeitou as acusações de “indiferença” em relação aos casos de abusos sexuais na Arquidiocese de Munique e Freising feitas contra ele pelos autores do relatório publicado há duas semanas e que também aponta a falta de ação sobre o assunto pelo papa emérito Bento XVI.

“Ele poderia ter feito mais, poderia ter tomado o ponto de vista dos afetados? Sim”, admite Marx, que assegurou que, no entanto, a Igreja Católica na Alemanha “não escondeu a verdade”.

 

Perdão de Ratzinger?

 

O cardeal evitou pronunciar-se em relação à questão de se Bento XVI deveria pedir perdão e expressou, pelo contrário, a esperança de que Joseph Ratzinger se manifeste e que sua explicação “contenha palavras de empatia com os afetados e tenha em conta quais são agora as expectativas que existem”.

Na segunda-feira, o presidente da Conferência Episcopal Alemã, Georg Bätzing, disse que o papa emérito, que era arcebispo de Munique e Freising quando ocorreram alguns dos abusos na década de 1980, deveria admitir a culpa.

“Ele deve fazer uma declaração, deve deixar de lado as recomendações de seus assessores e dizer de forma clara e simples: sou culpado, cometi erros, peço perdão às pessoas atingidas”, assegurou em uma intervenção televisiva.

 

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