O ‘greenwashing’ das big techs na COP26

Foto: Dean Calma | IAEA

Mais Lidos

  • “A América Latina é a região que está promovendo a agenda de gênero da maneira mais sofisticada”. Entrevista com Bibiana Aído, diretora-geral da ONU Mulheres

    LER MAIS
  • A COP30 confirmou o que já sabíamos: só os pobres querem e podem salvar o planeta. Artigo de Jelson Oliveira

    LER MAIS
  • A formação seminarística forma bons padres? Artigo de Elcio A. Cordeiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

02 Dezembro 2021

 

"Apesar das iniciativas meritórias, a participação das big techs na COP26 deixou no ar uma sensação de que se tratou de 'greenwashing', passando apenas a imagem de preocupação ambiental, ao invés de esforços reais", escreve Vivaldo José Breternitz, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo e professor do Programa de Mestrado Profissional em Computação Aplicada da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em artigo publicado por EcoDebate, 26-11-2021.

 

Eis o artigo.

 

Encerrada a COP26, a conferência mundial sobre o clima, vale a pena lembrar de que forma dela participaram as grandes empresas de tecnologia e seus chefões.

Afinal, elas também têm uma parcela de responsabilidade sobre o assunto, especialmente se lembrarmos seus gigantescos data centers, que consomem imensa quantidade de energia, frequentemente provenientes de queima de combustíveis fósseis e suas cadeias de suprimentos que abrangem todo o planeta.

Quem esteve em maior evidência na COP26, foi Jeff Bezos, da Amazon – e sua presença não foi vista de forma positiva. Durante sua breve estada em Glasgow, Bezos anunciou que, por meio de sua fundação Bezos Earth Fund, doaria mais US$ 2 bilhões para o combate às mudanças climáticas.

Isso chegou às manchetes, mas não impressionou os ativistas, muitos dos quais declararam-se profundamente frustrados com a forma como Bezos usou sua participação no evento, que foi entendida como uma ação de relações públicas e não como uma oportunidade de ouvir as vozes dos mais afetados pela crise. Durante as passeatas ocorridas na ocasião, muitos carregavam cartazes atacando a empresa.

Outro bilionário presente, Bill Gates, teve uma participação mais discreta, atraindo menos críticas. Gates se dirigiu aos líderes mundiais, atualizando-os sobre o progresso de sua iniciativa climática Breakthrough Energy Ventures e conclamando-os a se unirem para iniciar uma “revolução industrial verde”.

Ele também pediu aos países ricos que façam mais para ajudar os mais pobres, especialmente aqueles menos responsáveis pelas mudanças climáticas, mas que são os mais afetados por elas.

No nível empresarial, antes da COP26, Apple, Google, Meta e outras empresas anunciaram novas medidas em busca da sustentabilidade de suas operações, mas no evento mantiveram um perfil bastante baixo, embora reiterando seus compromissos com a causa ambiental.

A Microsoft apareceu bastante, especialmente por ser uma das principais empresas patrocinadoras do evento – seu logo apareceu em todas as áreas onde foram realizados os trabalhos.

Apesar das iniciativas meritórias, a participação das big techs na COP26 deixou no ar uma sensação de que se tratou de “greenwashing”, passando apenas a imagem de preocupação ambiental, ao invés de esforços reais.

 

Leia mais