25 Outubro 2021
"Elevamos ao Céu ações de graças pelos oitenta anos de vida que completou a 8 de junho de 2021", escreve Eliseu Wisniewski, presbítero da Congregação da Missão (padres vicentinos) Província do Sul e mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), ao comentar o livro No caminho do Reino com o Pe. Zezinho, scj, de José Fernandes de Oliveira (Paulinas, 2021, 432 p.)
Capa do livro "No caminho do Reino com o Pe. Zezinho, scj", Paulinas, 2021 (Foto: Divulgação)
José Fernandes de Oliveira, mais conhecido como Pe. Zezinho, scj, é um sacerdote católico da Congregação do Sagrado Coração de Jesus (Padres Dehonianos). O pioneirismo na comunicação o tornou uma referência para a Igreja do Brasil, para a sociedade e também para a música católica, uma vez que muitas de suas canções contribuíram de forma decisiva na evangelização de muitas gerações.
Eis alguns dados de sua trajetória:
Em 8 de junho de 1941, nasce José Fernandes de Oliveira, em Machado (MG). Filho de Valdevina e Fernando de Oliveira, é o caçula de seis irmãos. Quando tinha dois (2) anos de idade, sua família mudou-se para Taubaté (SP), onde conheceu os padres dehonianos, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus. Aos 12 anos de idade, em 2 de fevereiro de 1953, ingressa no Seminário dos Padres Dehonianos, logo após o falecimento de seu pai. Em 1964, começa a compor as suas primeiras canções. Em 21 de setembro de 1966, é ordenado sacerdote na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, em Milwaukee Wisconsin (Estados Unidos), onde estudou Teologia, Comunicação Social e Psicologia.
Em 1967, volta para o Brasil e começa a trabalhar na Paróquia São Judas, em São Paulo. No ano de 1967, grava “Shalom”, seu primeiro compacto, pela Paulinas-Comep. Publica, no ano de 1970, seu primeiro livro, Alicerce para um mundo novo, por Paulinas Editora.
Por duas vezes encontrou-se com o Papa João Paulo II – a primeira vez no ano de 1980, em São Paulo, e 1991, em Natal–RN. Em 1997, a canção “Oração pela família” é escolhida como hino oficial do II Encontro do Papa com as famílias – Pe. Zezinho, e ele canta para o Papa João Paulo II no Maracanã, Rio de Janeiro - RJ.
Em 1999, inicia o Programa Palavras que não passam, na Rede Vida de Televisão. Em 2002, o programa passa para a TV Século 21. Nesse ano, celebra também os 35 anos de evangelização – “Cantando a fé”. De 1999 a 2000, realiza diversos shows pelo Brasil com o grupo Cantores de Deus e outros artistas, em preparação ao grande Jubileu do Ano 2000.
No ano de 2007, canta para o Papa Bento XVI por ocasião de sua visita ao Brasil, em São Paulo (SP). No ano de 2008, a Câmara Municipal de Taubaté concede o título de Cidadão Taubateano a José Fernandes de Oliveira, o Pe. Zezinho. Recebe, no ano de 2009, a homenagem de “Mérito Especial – Prêmio por uma vida inteira de realizações” no Troféu Louvemos o Senhor. Com o álbum “Ao país dos meus sonhos”, em 2011, recebe a indicação ao Latin Grammy na categoria “Melhor Álbum de Música Cristã em português”. Em 2011, quando completou 45 anos de sacerdócio, é novamente indicado ao Latin Grammy, desta vez com o álbum “Quando Deus se calou”.
No mês de setembro de 2012, é acometido por acidente vascular cerebral (AVC). Oito meses depois, em 2013, volta aos estúdios da Paulinas-Comep para produzir o álbum “Faz a paz acontecer”, com a participação dos Cantores de Deus e Ir ao Povo. Nesse ano, decidiu suspender suas apresentações ao vivo com shows musicais, mas continuou a compor e a gravar novas canções com a maior participação dos grupos por ele idealizados, a escrever livros e artigos para revistas e sites, além de gravar programas de rádio. Participa da regravação da sua canção “Nova geração”, com mais de 80 artistas católicas, por ocasião da preparação da Jornada Mundial da Juventude - Rio de Janeiro. A canção faz parte do álbum “No peito eu levo uma cruz”.
No ano de 2014, comemorou 50 anos de vida sacerdotal e gravou o álbum solo: “De volta para o meu interior”. Por ocasião de seu Jubileu de Ouro, é homenageado com o álbum “Tributo a um Pioneiro”, com a participação de diversos artistas lançado pelas gravadoras CODIMUC e Universal.
No ano de 2016, lança o álbum “Mil vezes Aparecida – O musical”, para celebrar os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Recebe também, nesse ano, o título de Doutor Honoris Causa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). É convidado pelo Papa Francisco, no ano de 2017, para participar do Seminário Internacional sobre a realidade juvenil, em vista da Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre os Jovens em Roma. No ano de 2018, grava o CD “Amigos do coração - Pe. Zezinho e Dehonianos em canção”, com os padres e fratres dehoniandos.
Completou, no dia 8 de junho de 2021, 80 anos de vida, e celebrou também os seus 55 anos de ministério presbiteral. Presbítero, compositor cantor, catequista... Nesta trajetória de evangelização, Pe. Zezinho percorreu seu próprio caminho, deixando pistas inspiradoras. Diante disso, Ir. Elaine Deprá e Ir. Verônica Firmino, ambas Irmãs Paulinas, organizaram a obra: No caminho do Reino com Pe. Zezinho, SCJ (Paulinas, 2021). Objetiva ser um “itinerário espiritual”, no qual encontra-se “uma coletânea de pensamentos, canções, orações e reflexões, organizados por temas e divididos nos doze meses do ano, para ajudá-lo a aprofundar sua caminhada espiritual, com indicações de trajetos, paradas, estradas e atitudes”. Portanto, um roteiro com reflexões/provocações/orientações sobre a família, a fraternidade, o ecumenismo, a juventude, a ecologia, a mariologia, a cristologia, a justiça, a paz, a vocação, a catequese, a profecia, a missão, a dor, a esperança, a fé.
Esse roteiro, que permite-nos fazer viagens e vislumbrar novos horizontes sobre diversos temas, é acompanhado de muitos testemunhos sobre o Pe. Zezinho. Transcrevemos alguns:
a) Mohamad Al Bukai, Skeikh da Mesquita Brasil, Diretor de Assuntos Religiosos da UNI - União das Entidades Islâmicas do Brasil – destaca que diante dos “acontecimentos de intolerância religiosa que acontecem aqui nos nossos dias, sentimos que precisamos, que necessitamos reconstruir o ser humano mental e espiritualmente, e através do conhecimento e da cultura podemos eliminar a ignorância (...). Nesse sentido, reconhecemos a importância e o esforço do Pe. Zezinho em estabelecer o diálogo entre igrejas, templos, comunidades religiosas e, também, com as organizações e instituições públicas e privadas, trabalhando a importância da propagação da cultura de paz e de solidariedade. O Pe. Zezinho, com seu empenho e trabalho, tem colaborado muito com a elaboração de diálogos, programas e ações de combate à intolerância religiosa, visando a promoção de cultura de paz e de solidariedade”.
b) Ir. Maria Inês Vieira Ribeiro, mad, Presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e Consultora da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica – “Pe. Zezinho (...) representa o que de mais criativo e ousado tivemos e ainda temos de composições musicais formativas e litúrgicas, pois, suas canções, até hoje, traduzem sentimentos, fé e um testemunho educativo evangelizador de grande profundidade”.
c) Pe. Joãozinho, scj, missionário dehoniano, professor, escritor, cantor e compositor –, “o eixo vital de Pe. Zezinho é repercutir a Palavra. Ou seja, vive para fazer eco do Evangelho: é um padre catequista”.
d) Luiz Antonio Karam, maestro que trabalha há muitos anos com Pe. Zezinho – “Pe. Zezinho representa, entre outras coisas, a criatividade e o bom senso”.
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Na celebração de seus 80 anos, fazemos também nossas as palavras do Papa Francisco dirigidas ao Pe. Zezinho -, em Carta datada à 22 de maio de 2021: “que o Altíssimo faça frutificar em bem e alegrias tudo o que o realizou com espírito cristão ao longo de sua existência, sobretudo com o seu apostolado através da música que serviu de instrumento para que incontáveis homens e mulheres se aproximassem da fé”.
Papa Francisco e Pe. Zezinho (Foto: Vatican Media)
Elevamos ao Céu ações de graças pelos oitenta anos de vida que completou a 8 de junho de 2021.
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No caminho do Reino com Pe. Zezinho, scj - Resenha - Instituto Humanitas Unisinos - IHU