08 Junho 2021
O Papa Francisco falou a um grupo de padres estudando em Roma que se eles não querem ser pastores, despendendo tempo com os fiéis, eles deveriam pedir demissão do sacerdócio e se concentrar na Academia.
A reportagem é publicada por America, 07-06-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Ser pastores com o cheiro de suas ovelhas, pessoas aptas a viver, rir e chorar com seu povo – em outras palavras, comunicar-se com eles”, disse o Papa aos padres.
Os padres, que estão estudando nas pontifícias universidades de Roma, vivem na residência St. Louis.
O sacerdócio não pode ser entendido sem essa conexão essencial com o “santo povo de Deus”, falou-lhe o Papa. “O sacerdócio ministerial é uma consequência do sacerdócio batismal do fiel povo de Deus”.
“Se vocês pensam em um sacerdócio isolado do povo de Deus, não é um sacerdócio católico”, ele afirmou. Um padre católico coloca Deus e o Povo de Deus ao centro de suas preocupações diárias, deixando de lado o autointeresse e “sonhos de grandeza”.
“Colocar o santo povo de Deus no centro, vocês precisam ser pastores”, afirmou.
Um padre que dissesse “não, eu gostaria de ser apenas um intelectual, não um pastor”, seria melhor pedir para “se reduzir ao estado laico”, afirmou o papa. “Mas se você é um padre, seja um pastor”.
Obviamente, existem muitas maneiras de ser um pastor, disse ele, mas todas essas maneiras envolvem estar “no meio do povo de Deus”.
Durante o ano em curso dedicado a São José, o Papa Francisco pediu aos sacerdotes “para redescobrir o rosto deste homem de fé, deste pai terno, modelo de fidelidade e abandono confiante ao desígnio de Deus”.
São José é um lembrete de que “ter fé em Deus também inclui acreditar que ele pode trabalhar mesmo através de nossos medos, nossas fragilidades, nossas fraquezas”, disse ele. “Não devemos deixar a fragilidade de lado: é um lugar teológico”.
“A minha fragilidade, a fragilidade de cada um de nós, é um lugar teológico de encontro com o Senhor. Os padres ‘super-homens’ acabam mal, todos eles”, disse o Papa Francisco. “O padre frágil, que conhece suas fraquezas e fala delas com o Senhor, ele vai ficar bem”.
Para serem os “apóstolos da alegria” que a Igreja e seu povo precisam, os padres também devem ter senso de humor, disse ele, e devem cultivar a gratidão por serem chamados a servir as pessoas e a Igreja.
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Papa Francisco: a Igreja necessita de pastores frágeis – não de padres “super-homens” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU