O jesuíta indiano Stan Swamy completou 200 dias na prisão em seu aniversário de 84 anos.

A reportagem é publicada por La Croix International, 28-04-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Os Jesuítas da Grã-Bretanha lançaram uma campanha global para pressionar pela libertação de Stan Swamy, o confrade idoso que está preso a mais de seis meses por acusação de sedição na Índia.

No último 26 de abril, jesuítas e ativistas de direitos humanos de todo o mundo aderiram a uma programação online para celebrar os 84 anos do padre e os 200 dias presos.

A polícia prendeu o padre ativista social em 09 de outubro sob acusação de sedição e ligação com rebeldes maoístas clandestinos.

O evento global de aniversário foi encabeçado pelos jesuítas britânicos como parte da campanha mundial pela libertação de Swamy.

Jesuítas também caminharam até a embaixada da Índia, carregando mais de 2 mil cartões de aniversário assinados por confrades, estudantes e paroquianos de todo o Reino Unido. Isso foi parte de sua campanha global “Stand with Stan” (“Estamos com Stan”, em tradução livre).

“Nós continuaremos juntos em solidariedade ao padre Stan Swamy. Ele dedicou sua vida defendendo os direitos das populações marginalizadas na Índia”, disse Damian Howard, provincial dos jesuítas britânicos.

Imagem: Damian Howard

Embora Swamy sofra com Mal de Parkinson e muitas outras doenças relacionadas à idade, não lhe foi concedido fiança.

“Nós devemos fazer tudo que nós pudermos para defender seus direitos”, disse Howard.

Os jesuítas britânicos planejam enviar cartões de aniversário para seus confrades na Índia, na esperança que Swamy esteja apto a recebê-los na prisão de Taloja, na província de Maharashtra, na Índia Central.

Grupos de direitos humanos distribuíram pôsteres e fizeram apelos online nas principais cidades indianas, exigindo a libertação do padre e de outras pessoas detidas com ele.

"Sim, esta é a primeira vez que vemos o aniversário de um padre sendo celebrado em todo o país, especialmente em Tamil Nadu", disse A. Santhanam, um padre jesuíta baseado em Madurai, Tamil Nadu.

A Agência Nacional de Investigação da Índia (NIA), a ala federal antiterror, prendeu Swamy e 15 outros ativistas de direitos humanos que os associavam à violência de 2018 no estado de Maharashtra.

Imagem: Stan Swamy

Os presos foram acusados de conspirar contra o governo federal com um grupo maoísta banido. Eles foram autuados de acordo com as cláusulas inafiançáveis da Lei de Prevenção de Atividades Ilícitas.

Grupos de direitos humanos dizem que a polícia enquadrou os presos no caso para encerrar críticas ao governo.

Os ativistas se opuseram às políticas e programas dos governos pró-hindus liderados pelo BJP nos estados ou em Nova Delhi, dizem eles.

Swamy sempre foi ativo entre os povos tribais marginalizados na Índia central.

Meses antes de sua prisão, o padre jesuíta também participou de manifestações populares locais pelos direitos à terra, o que também irritou o governo estadual.

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