22 Abril 2021
“Há cerca de 270 milhões de pessoas em 79 países que neste ano não têm acesso a uma alimentação adequada: destas, 34 milhões devem enfrentar níveis de emergência de insegurança alimentar aguda e estão em alto risco de passar fome”, denuncia a Comissão Católica Internacional para as Migrações (ICMC, na sigla em inglês).
A reportagem publicada por agência Fides, 21-04-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Para enfrentar essa emergência, a ICMC e mais de 260 organizações da sociedade civil pedem 5,5 bilhões de dólares em financiamentos adicionais e um cessar-fogo global para evitar a fome e mais perdas de vidas humanas em todo o mundo.
“Esses números aumentaram dramaticamente desde 2019, devido a uma combinação de conflitos armados, mudanças climáticas e pobreza. Os efeitos de uma situação tão complexa foram agravados pelo impacto da pandemia da Covid-19, que evidencia como a desigualdade e a pobreza afetam o acesso aos alimentos para uma grande parte da população mundial. A Covid-19 também tornou muitos países vulneráveis aos abalos econômicos que incidem sobre a segurança alimentar”, afirma um comunicado enviado à agência Fides.
“Todos os dias, somos testemunhas do sofrimento e da resiliência de populações inteiras no Iêmen, Afeganistão, Etiópia, Sudão do Sul, Burkina Faso, República Democrática do Congo, Honduras, Venezuela, Nigéria, Haiti, República Centro-Africana, Uganda, Zimbábue, Sudão”, afirmam as 260 organizações humanitárias em uma carta aberta dirigida aos líderes mundiais para que abordem a situação.
“São as ações humanas que levam à carestia e à fome, e são as nossas ações que podem frear os danos piores. Todos nós temos um papel a desempenhar”, afirma a carta, que se dirige em particular aos líderes estatais que têm “uma responsabilidade única”.
“Pedimos que vocês ajam agora. Pedimos que vocês forneçam 5,5 bilhões de dólares adicionais, necessários para a assistência alimentar urgente, para alcançar mais de 34 milhões de meninas, meninos, mulheres e homens em todo o mundo que estão à beira da fome.”
Em março de 2020, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu um cessar-fogo global “em apoio à batalha contra a Covid-19”. Esse apelo levou a uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas em apoio a uma “fase humanitária duradoura” global para combater a pandemia.
A resolução do Conselho de Segurança recebeu o apoio das organizações da sociedade civil e dos líderes mundiais, incluindo o Papa Francisco.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
África: mais de 34 milhões de pessoas à beira da fome - Instituto Humanitas Unisinos - IHU