03 Março 2021
"Ou vacinamos toda a nossa população, o mais rápido possível, ou então o vírus, circulando como está na atmosfera vai infectar as pessoas, sem qualquer distinção de classe social, ou outra qualquer diferenciação. Mais uma vez é preciso dizer que a questão da saúde pública é para todos os cidadãos, indistintamente", escreve José Afonso de Oliveira, sociólogo formado pela PUC Campinas e professor aposentado da UNIOESTE.
Estamos vivendo em plena guerra da vacina com um general no comando do ministério da saúde, uma total confusão e um atendimento muito precário para a situação de emergência que estamos todos vivendo.
Compra não compra a vacina, aumenta a produção de medicamentos que podem ser utilizados precocemente para impedir que as pessoas possam ser contaminadas, mas que tudo isso foi amplamente notificado por autoridades de saúde, tanto no Brasil, como no mundo todo como sendo ineficazes e não havendo qualquer estudo a respeito desses medicamentos para a covid.
O fato concreto é que apenas um pouco mais de 2% da nossa população foi vacinada e, mesmo assim, muitos deles ainda necessitam a segunda dose para serem imunizados.
Dado o agravamento da pandemia com o surto de outras modificações do vírus a partir de Manaus, se alastrando Brasil afora, sendo que essa nova modificação implica em uma forma mais violenta de contaminação, estamos assistindo rapidamente a saturação dos sistemas de saúde pública em vários estados.
Claro está que mais equipamentos, maior oferta de oxigênio medicinal, ampliação de UTIs tudo isso é muito importante, mas é preciso ficar atento por conta de que as equipes médicas e de enfermagem que estão trabalhando já estão por demais cansadas, esgotadas dado todo o acúmulo de stress que esse atendimento requer. Pior ainda é que não é nada fácil encontrar quem possa realizar esse atendimento que, sendo muito especializado exige equipes muito treinadas.
Agora teremos a liberação através de ato do STF para a compra de vacinas pelos estados ou mesmo prefeituras em todo o nosso território. Mas estão sendo também autorizadas compras por clínicas particulares que, posteriormente venderiam as doses para as pessoas que desejarem e informa-se que o preço estaria em torno de R$ 1.400,00 o que, convenhamos, além de muito elevado é um absurdo pois que está muito acima do que está sendo praticado no mercado internacional.
Mas atento ao detalhe sumamente importante. Ou vacinamos toda a nossa população, o mais rápido possível, ou então o vírus, circulando como está na atmosfera vai infectar as pessoas, sem qualquer distinção de classe social, ou outra qualquer diferenciação. Mais uma vez é preciso dizer que a questão da saúde pública é para todos os cidadãos, indistintamente.
Como o SUS está bem equipado e conta com profissionais competentes, prova disso é o atendimento que vem sendo realizado, ainda temos uma equipe e locais de vacinação para podermos rapidamente vacinarmos a todos os brasileiros.
É preciso agora agilidade e urgência na tomada de decisões visando atender ao maior número de pessoas para que, aí sim possamos voltar a nossa vida normal, superando, definitivamente essa pandemia.
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Estamos numa verdadeira guerra da vacina. Artigo de José Afonso de Oliveira - Instituto Humanitas Unisinos - IHU