29 Janeiro 2021
Mais de um terço dos católicos dos Estados Unidos afirmam que sua fé pessoal ficou mais forte durante a pandemia do coronavírus, e três em cada 10 católicos acreditam que o vírus fortaleceu a fé religiosa de outras pessoas no país, de acordo com um estudo divulgado no dia 27 de janeiro pelo Pew Research Center.
A reportagem é de Lucy Grindon, publicada em National Catholic Reporter, 27-01-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
No geral, 28% dos estadunidenses disseram que sua própria fé se fortaleceu durante a pandemia, com a concordância de 49% dos protestantes evangélicos brancos, 21% dos protestantes não evangélicos brancos e 35% dos católicos.
A maioria dos estadunidenses – 68% – disse que a pandemia não mudou muito a sua fé pessoal, mas apesar do cancelamento das atividades religiosas e serviços presenciais, poucos estadunidenses – apenas 4% – dizem que sua fé religiosa se enfraqueceu como resultado do surto.
O estudo, realizado em meados do ano passado, constatou que os estadunidenses são mais propensos do que as pessoas de 14 outros países pesquisados a dizer que a sua fé religiosa se fortaleceu durante a pandemia da Covid-19.
“Os EUA têm, de longe, a maior proporção de entrevistados que afirmam que sua fé se fortaleceu, com cerca de três em cada 10 entrevistados defendendo essa opinião”, relata o estudo.
Na Espanha e na Itália, os países com a segunda e a terceira porcentagens mais altas, apenas 16% e 15%, respectivamente, disseram que sua fé havia se fortalecido (10% foi a média de 14 países).
Como aponta o estudo, os estadunidenses têm mais probabilidade do que as pessoas dos outros países pesquisados de serem religiosos – na Itália, por exemplo, 25% dizem que a religião é “muito importante” nas suas vidas. Esse número é de 49% nos EUA – e as pessoas que são religiosas têm mais probabilidade de dizer que a pandemia fortaleceu sua fé.
“Em quase todos os países pesquisados, aqueles que dizem que a religião é muito importante nas suas vidas têm mais probabilidade de dizer que sua própria fé e a de seus compatriotas aumentou devido à pandemia. A maior tendência dos estadunidenses a se voltarem à religião em meio à pandemia é impulsionada, em grande parte, pela proporção relativamente alta de estadunidenses religiosos”, diz o estudo.
Em países atingidos por grandes ondas de infecções e mortes em meados de 2020, a pandemia também fortaleceu os laços familiares, concluiu o estudo. Espanha, Itália, EUA e Reino Unido tiveram as maiores proporções de entrevistados que disseram que as relações com seus familiares próximos se tornaram mais fortes por causa da pandemia.
Com os campi das faculdades e universidades fechados nos EUA, mais jovens, em comparação com pessoas mais velhas, disseram que suas conexões familiares se tornaram mais próximas: metade dos estadunidenses de 18 a 29 anos disseram isso, enquanto apenas 38% dos estadunidenses com mais de 50 anos disseram o mesmo.
Em nove dos 14 países, a fé religiosa pessoal cresceu mais entre as pessoas de baixa renda do que entre as de alta renda. Em cinco dos países pesquisados, diz o estudo, aqueles que têm menos educação também têm mais probabilidade de dizer que sua fé se fortaleceu. O estudo não discute se as pessoas com renda mais baixa ou com menos instrução tendem a ser mais religiosas em geral do que as pessoas com renda mais alta ou com mais instrução, ou se tal correlação pode contribuir para as taxas mais altas de fortalecimento da fé relatadas por pessoas com renda mais baixa e com menos instrução.
“As maiorias ou pluralidades em todos os países pesquisados não acham que a fé religiosa se fortaleceu com a pandemia”, diz o estudo. No entanto, também não foram muitos os que disseram que a sua fé havia enfraquecido. Entre os 14 países, a porcentagem média de pessoas que disseram que sua fé havia se enfraquecido foi de 3%. A Coreia do Sul é uma exceção, em que 9% relataram que sua fé havia diminuído.
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Um terço dos católicos dos EUA afirma que sua fé se fortaleceu durante a pandemia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU