23 Dezembro 2020
Alcançar “zero emissões” é um objetivo para o Vaticano, que também está perseguindo outra iniciativa verde, segundo o chefe do departamento de infraestrutura e serviços.
O programa de reflorestamento do Vaticano viu 300 espécies variadas plantadas ao longo dos últimos três anos, e “um importante marco” é que a pequena nação “alcançou o objetivo de ser livre de pesticidas”, afirmou Rafael Garcia de la Serrana Villalobos, ao Vatican News. Ele também disse que a eletricidade que o Vaticano importa é produzida inteiramente de fontes renováveis.
A reportagem é de Carol Glatz, publicada por Catholic News Service, 23-12-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
A área murada do Vaticano cobre uma área de 109 acres, incluindo os extensos jardins, e a propriedade papal de Castel Gandolfo se estende por mais de 135 acres, incluindo 17 acres de jardins, residência e trabalho agrário.
De la Serrana disse que o novo sistema de água dos Jardins do Vaticano poupa 60% de recursos hídricos.
“Nós estamos promovendo políticas de economia verde, que é, políticas de economia circular, tal como a transformação do lixo orgânico em adubo, e a política de administração do lixo baseada no conceito de considerá-lo não um gasto, mas um recurso”, afirmou.
O Vaticano não vende mais produtos plásticos descartáveis e cerca de 65% do lixo comum está sendo separado para reciclagem com sucesso, disse ele; a meta para 2023 é chegar a 75%.
Cerca de 99% dos seus resíduos perigosos são devidamente recolhidos, “permitindo que 90% dos resíduos sejam encaminhados para valorização, valorizando assim a política de tratar os resíduos como recurso e não mais como resíduo”, afirmou.
Os óleos de cozinha usados são recolhidos para a produção de combustível, e o Vaticano está estudando outras formas de valorizar ainda mais os resíduos urbanos para que possam ser “transformados em recurso, tanto térmico como elétrico, bem como a transformação de resíduos hospitalares em combustível, evitando assim a sua gestão como resíduos perigosos”, disse ele.
“Haverá uma substituição gradual da frota de automóveis por veículos elétricos ou híbridos”, disse ele.
Esses e outros projetos fazem parte da meta do Vaticano de zerar as emissões líquidas de carbono. O papa Francisco prometeu que a cidade-estado alcançaria essa meta antes de 2050.
Francisco foi um dos líderes que contribuíram para a Cúpula da Ambição do Clima, realizada on-line em 12 de dezembro, na qual renovaram ou fortaleceram as promessas e compromissos de investimento para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e alcançar a neutralidade de carbono.
O Papa foi um, entre cerca de 20 líderes, que anunciaram um compromisso com zerar as emissões líquidas, que seria alcançar um equilíbrio entre as emissões de gases de efeito estufa produzidas e as emissões de gases de efeito estufa retiradas da atmosfera, por exemplo, mudando para energia “verde” e agricultura sustentável, aumentando a eficiência energética e reflorestamento.
De la Serrana disse ao Vatican News que “a neutralidade climática pode ser alcançada pelo Estado da Cidade do Vaticano principalmente através do uso de fontes naturais, como solo e florestas, e compensando as emissões produzidas em uma área reduzindo-as em outra. Claro, isso é feito investindo em energia renovável, eficiência energética ou outras tecnologias limpas, como a mobilidade elétrica”.
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O Vaticano é uma cidade-estado livre de pesticidas, e importadora de energia verde - Instituto Humanitas Unisinos - IHU