16 Outubro 2020
"Maher está muito doente, perdeu quase a metade do peso, tem uma forte dor de cabeça e zumbido constante aos ouvidos e está muito fraco para ficar em pé. Agora está também com dificuldades para me responder”. Assim, Taghreed al Akhras descreveu ontem as condições de seu marido, Maher al Akhras, que foi encarcerado em Israel e atingiu o 78º dia de jejum total.
A informação é de Michele Giorgio, publicada por Il Manifesto, 13-10-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Recusando comida, Al Akhras - agora internado no hospital Kaplan de Rehovot - protesta contra a detenção "administrativa" que está cumprindo desde julho sem nunca ter sido julgado nem recebido acusações formais da procuradoria militar israelense. Um juiz aprovou sua prisão "preventiva" - que começou em julho - com base em um relatório do Shin Bet, o serviço secreto, que pediu para mantê-lo trancado em uma cela por "razões de segurança" não especificadas.
Al Akhras está lentamente se apagando, mas não desiste. O seu advogado informou que não abre mão da condição que determinou para o fim do jejum: a libertação imediata, portanto antes de 26 de novembro, a data que o juiz militar fixou para o término da detenção. “Esta greve de fome é em defesa de todos os prisioneiros palestinos e do meu povo que sofre por causa da ocupação”, repete Al Akhras.
Em apoio à sua libertação, uma campanha internacional está em andamento que em 8 de outubro culminou em um Twitter Storm com as hashtags #SaveMaher #DignityStrike.
Morador de Silat al Dhahr, um vilarejo próximo a Jenin, Al Akhras já foi preso cinco vezes, a maioria das quais sem processo.
Al Akhras não é o primeiro palestino a jejuar em protesto nos últimos anos. O motivo sempre foi a batalha contra a detenção "administrativa". Essa medida, proibida por leis e convenções internacionais, prevê períodos renováveis de detenção sem processo. Foi introduzido pela primeira vez na Palestina durante o mandato colonial britânico (terminado em 1948). Mas as autoridades israelenses ainda a usam contra os palestinos sob ocupação militar. Existem atualmente cerca de 350 palestinos encarcerados sem acusação ou julgamento de um total de 4,4 mil presos políticos. Desde 1967, ano em que começou a ocupação da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, pelo menos 50 mil ordens de detenção administrativa foram emitidas.
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Maher al Akhras em fim de vida - Instituto Humanitas Unisinos - IHU