11 Setembro 2020
Associação dos Artesãos Indígenas de São Gabriel da Cachoeira (Assai) fez oficina com benzimentos, chás, banhos e defumações usados para combater o novo coronavírus.
A reportagem é de Ana Amélia Hamdan, publicada por Instituto Socioambiental - ISA, 09-09-2020.
Com sabedoria ancestral e troca de conhecimentos, os indígenas do Alto Rio Negro criaram um protocolo próprio de tratamento contra a Covid-19 que inclui uso de chás de plantas amazônicas, banhos, defumações e benzimentos. Para os povos tradicionais que vivem em São Gabriel da Cachoeira, no Noroeste do Amazonas, município do país com maior concentração de população indígena, esse tratamento evitou que a pandemia – que atingiu fortemente a região – fosse ainda pior e causasse mais mortes.
Nos dias 1º e 3 de setembro, os membros da Associação dos Artesãos Indígenas de São Gabriel da Cachoeira (Assai), a grande maioria mulheres, reuniram-se para contar quais as plantas usaram e como fazem chás e defumações para proteger suas famílias. Cada artesã, cada artesão, trouxe uma receita. Durante o encontro, as agulhas e fios do tucum para a confecção do artesanato foram trocados pelas folhas, ramagens, cascas de árvores e resinas dos quintais, roças e da floresta.
“Alguns não querem passar seus conhecimentos. Vou morrer e levar o conhecimento comigo?”, refletiu Cecília Barbosa Albuquerque, da etnia Piratapuya, uma das fundadoras da Assai e organizadora da oficina de plantas medicinais indígenas usadas contra a Covid-19. E ela ainda dá uma dica: “Não importa se a planta é a mesma em cada quintal. Cada um faz o preparo de um jeito diferente”, disse.
Os dois primeiros casos da Covid-19 foram confirmados em São Gabriel da Cachoeira em 26 de abril. Em 2 de setembro, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) registrava quatro mil casos da doença, com 54 óbitos. Mas os indígenas da região relatam que ao menos um mês antes dos primeiros registros oficiais já estava ocorrendo na cidade vários casos de uma gripe forte com sintomas associados ao da Covid-19, como perda do olfato e alterações no paladar.
Para tratar essa “gripe” – que já poderia ser a Covid-19 –, muitos vinham fazendo uso de plantas medicinais do quintal, como cúrcuma, que na região recebe o nome de mangarataia, limão, hortelã, mucuracá, jambu, folha de pirarucu, maracujá, alho, capim-santo. Outra recomendação é o chá e banho de casa de tachi, que é um tipo de formiga. Também foram utilizados raízes, cipós e resina. As defumações e consultas com o kumu (benzedor) para proteger o corpo e mandar a doença embora foram reforçadas.
Quando a chegada da Covid-19 foi confirmada, os indígenas reforçaram o uso dessas ervas medicinais. E trocaram experiências com vizinhos e parentes. Também contaram com a ajuda da tecnologia: na região, a internet é bastante instável, mas o WhatsApp funciona bem e por ali foram trocadas recomendações de que plantas usar. Se não tinha no quintal, pedia ao vizinho. Se não conseguia, o jeito era comprar.
Uma das indicações foi o uso do jambu, que não estava sendo encontrado na cidade. O maço de folhas passou a ser comprado por R$ 20. “Jambu ficou igual ouro, amiguinho. Eu perguntava se alguém tinha e nem respondiam”, contou Dona Gera, como é conhecida a indígena Geraldina Dutra, da etnia Tuyuka. A folhagem passou a ser tão valorizada, que o ramo utilizado durante a apresentação na oficina foi rapidamente plantado no canteiro em frente à sede da Assai, em São Gabriel.
Dona Gera foi uma das indígenas que contou como fez uso das plantas medicinais durante a pandemia. Ela não se descuidou nem dos nervos. E ensina para as amigas, a quem chama de colegas amadas, que tomou muito suco de maracujá para acalmar. No chá preventivo colocou jambu, mastruz e pirarucu.
Dona Geraldina Dutra, da etnia Tuyuka, e o neto Kauã. Ela utilizou chás e, para acalmar, maracujá. (Foto: Raquel Uendi/ISA)
“Escutei notícia de doença tão triste. A médica disse: Dona Gera, doença sem cura, tem que ficar em casa. Senti no coração força forte não de tristeza. Contei para a família que vinha doença feia e sem cura. E fui fazer máscara. E pensei ‘coitada de mim’, pois não sabia fazer máscara. Arrumei moldes e fiz três máscaras para cada pessoa da casa. Tenho costume de usar as plantas. Minha mãe analfabeta foi quem me ensinou”, disse. Ela e o marido não pegaram a doença.
Já o artesão e um dos coordenadores da Assai, Cledson Gomes Moreira, da etnia Tariano, pegou a Covid-19 e passou muito mal. Ele conta que a mãe lhe preparou um chá. A tarefa, segundo ele, fica a cargo da pessoa mais preocupada com a família – normalmente, a mãe ou avó.
Na casa dele, a confirmação da primeira morte ocorrida entre moradores da cidade, no início de maio, causou grande comoção. O professor Antônio Benjamin Baniwa chegou a ser transferido para Manaus, mas não resistiu e faleceu. Naquele dia, o jantar foi interrompido pela notícia triste. “Minha mãe chorou”, relatou. Na televisão, o que se via era o cenário catastrófico de Manaus, com pessoas sem conseguir atendimento e outras sem poder se despedir de entes queridos.
Junto vinha a preocupação pelo modo de vida indígena, onde várias pessoas dividem o mesmo ambiente. “Se um pegar, não tem como o outro não pegar”, falou. “O desespero bateu na nossa porta”. Os pais idosos, a mãe asmática, algumas pessoas na família com sobrepeso: essa era a situação de Cledson. A solução foi recorrer ao tratamento tradicional: a vitamina C do limão e a mangarataia foram os primeiros ingredientes a entrar no chá. O problema foi o preço dos produtos. O quilo da mangarataia chegou a R$ 45; cinco limões eram vendidos a R$ 10. “Juntamos o dinheiro e compramos”, afirmou.
Como o cubiu – fruto muito comum na região – é azedo como o limão, também passou a ser utilizado. O chá foi incrementado com alho, jambu e capim-santo. “Minha mãe fazia a panela cheia, para todos tomarem de manhã e à noite”, relatou. O cipó saracura também foi utilizado, mas separadamente, pois é bastante amargo. E folhas de pirarucu incrementaram o protocolo de cura, mas com cuidado, já que é associada à limpeza do organismo e pode causar diarreia.
Oficina de plantas e práticas tradicionais indígenas utilizadas contra a Covid-19 aconteceu na sede da Assai. (Foto: Raquel Uendi/ISA)
Na família, várias pessoas tiveram a Covid-19 e muitos se curaram. Cledson perdeu o avô. Durante o tratamento, foi descoberto um câncer de pulmão, o que o deixou mais frágil. Cledson ainda conta a história de um amigo que foi até a casa de um parente e lá lhe serviram chá de jambu. Mas o líquido estava rosado e estranhou, já que as folhas do jambu são verdes. Quando ele perguntou, descobriu que a família havia confundido o jambu com jambo – árvore frutífera comumente encontrada em São Gabriel – e estava fazendo chá com as flores rosas do jambeiro.
Indígena da etnia Tariana, Janete Mara Martins artesã e coordenadora da Assai, foi uma das que se enganou com o nome da folha jambu, pensando que era jambo. Também se confundiu com os sintomas que vinha sentindo: teve febre e dor de cabeça. Para se tratar, usou limão, alho, mangarataia branca, louro, planta quebra-pedra. Só não sabia é que já estava com a Covid-19. Ela explica que a folha de louro, muito utilizada para dar sabor à comida, foi acrescentada ao chá para não deixar pegar gordura no estômago. “O chá alivia, dá suor”, descreveu.
Janete usou de vários meios para combater a Covid-19. Os cinco adultos e as crianças que vivem na casa dela tiveram os sintomas. Logo que o primeiro caso foi confirmado na cidade, a providência foi buscar limão. Pediu a uma vizinha, que tem a fruta na roça.
Sua mãe também teve a doença: sentiu muita dor, cansaço, falta de ar, dores na coluna, diarreia, vômito, febre, tosse, catarro. “Pensamos logo: tudo acabou”, confessou. Para reverter o quadro, Janete ofereceu o chá para a mãe, que também tomava uma colherada de mel logo após beber o líquido. Ela tentou tomar o remédio do hospital, ou seja, os medicamentos adquiridos na farmácia, mas os indígenas relatam que normalmente essas substâncias são muito fortes para eles.
O tratamento da mãe foi incrementado com água de coco, que funcionou como um soro. “Ela não sentia fome. Alimentou-se de água de coco”. Janete relata que todos os chás foram apresentados a Deus, para garantir proteção. E para espantar o bicho – como ela se refere ao vírus –, usou o chamado leite de árvore, uma espécie de resina chamada caranha. A substância é utilizada para defumação.
Como coordenadora da Assai, ela conta que houve uma grande preocupação com as artesãs, pois a maioria é formada por mulheres idosas, ou seja, estavam no grupo de risco. As atividades ficaram suspensas, mas ela não deixou de acompanhar as associadas mesmo à distância.
Algumas das mulheres relataram não ter se sentido bem após tomar os remédios receitados pelos médicos e adquiridos na farmácia. Já outras conciliaram o tratamento. A artesã Araci Cordeiro, da etnia Baré, que teve a Covid e sentiu muita dor de garganta, tomou o antibiótico azitromicina, mas não abriu mão de usar as plantas medicinais.
Em algumas famílias, o tratamento tradicional foi mais simples. Maria das Dores Almeida, da etnia Tariana, conta que fez chá de limão, com casca e tudo. Deixou cozinhar por 15 minutos, coou e tomou. E fez chás com a planta vik que apanhou no quintal. Quando levanta fervura, é bom abrir a panela e fazer a vaporização. A família não deixou de recorrer ao benzedor.
Indígena da etnia Tukano, Margarida Dias Vaz mostra-se descrente da chamada medicina dos brancos. “Todo mundo que vai no hospital morre. Todo mundo saindo no caixão. Para mim, muita dor”, lamentou. E não pensou duas vezes em recorrer aos conhecimentos indígenas para proteger a família contra a Covid-19. Primeiro, ouviu falar do jambu, que não tinha disponível em São Gabriel. Chegou de Manaus e ela comprou. Ficou muito preocupada com o marido, a quem ela se refere de “velho”.
“Falei com o meu velho para ele mesmo preparar o cigarro e benzer. Ele preparou eu soprei contra a dor de cabeça, contra a febre. Minha filha de Manaus ficou perturbando, falando que o velho tem alta pressão, para eu levar ao hospital. Hospital não faz cura para nós índios”, justificou. Ela conta que a filha também passou mal, sendo que preparou para ela chá com bastante folha de mucuracá, que tem plantada no quintal. “Dei para ela, ela sentiu bem, a dor passou”.
Maria do Carmo Martins, da etnia Baniwa, teve um motivo a mais de preocupação: sua filha trabalha no hospital e ficou na linha de frente de combate à Covid-19. A sorte é que ela tem jambu no quintal. Mas explica que é um jambu diferente, com folhas menores do que o usado na culinária. Na oficina, foram apresentados os dois tipos de folhagem. Além do jambu, ela usou no chá folhas de abacate. A filha levava o líquido na garrafinha para ir tomando durante o trabalho. Dona Maria do Carmo também preparou banhos com capim-santo e alfavaca.
Maria do Carmo Martins, Baniwa, mostra o jambu, uma das plantas mais indicadas no Rio Negro contra a Covid-19. (Foto: Raquel Uendi/ISA)
Organizadora da oficina de plantas medicinais e uma das fundadoras da Assai, a indígena Cecilia Barbosa Albuquerque, da etnia Piratapuya, explica que a pandemia alterou a rotina da associação das artesãs. Algumas atividades desenvolvidas com o apoio Fundo Casa Socioambiental precisaram ser alteradas, sendo que uma das alternativas foi realizar a oficina de plantas medicinais. A Assai também planeja preparar uma apostila sobre o tema, com apoio do Instituto Socioambiental (ISA). Todos os encontros aconteceram respeitando as normas sanitárias para evitar o contágio pela Covid-19.
A própria Dona Cecília pegou a doença. “Quando começaram os jornais a falarem mais sobre o novo coronavírus, aqui em São Gabriel falavam em uma virose forte. Adoeci e peguei sem saber que era corona. Acho que peguei de meu irmão, que ficou doente”, disse.
Dona Cecília conta que a doença parece ter atacado os rins, sentiu dores da cintura para baixo, ficou muito mal, sem apetite, sem sentir gosto ou cheiro das coisas. Passou muito mal e chegou a falar com sua irmã que achava que não resistiria.
Começou a usar remédios tradicionais de combate à gripe, remédios de antigamente, como chá e banhos de casa de tachi, que é uma formiga que faz suas casas em árvores. “Quando foi dado o alarme, quando o professor Antônio foi para Manaus e acabou morrendo, eu já tinha pegado”, contou.
Passou a fazer os chás para a família, usando plantas como matruz, jambu, capim-santo, mucuracá, alho, folha de alho, pirarucu (ou corama) e limão. “Na minha casa eu era a mais preocupada. Fazia uma panela só de chá e dizia: quem quiser escapar da doença pode tomar. Se quiser viver, toma”, dizia aos familiares. E, para evitar o contágio, cada pessoa da família precisa usar seu próprio copo na hora de tomar o chá, evitando o compartilhamento de objetos. “Hoje ainda está arriscado. Não podemos falar que estamos bem. Cuidado para não pegar a Covid-19”, alertou.
O benzedor Ercolino Jorge Araújo Alves, e sua esposa Carmem Figueiredo Alves, da etnia Wanano, encerraram o primeiro dia de oficina na Assai. “Eu faço parte da medicina tradicional. Minha esposa prepara o remédio tradicional eu finalizo com o benzimento”, explicou o benzedor.
Benzedor e pajé Ercolino Jorge Araújo Alves, da etnia Desano, e sua esposa Carmem Figueiredo Alves, da etnia Wanano. (Foto: Raquel Uendi/ISA)
Durante a pandemia, trabalhou muito. As pessoas fizeram fila em frente à sua casa para receber o benzimento. Chegou a praticar suas sabedorias na Unidade de Atendimento Primário Indígena (Uapi) Cachoeirinha dos Padres, unindo seus conhecimentos ao de médicos do Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Negro (Dsei-ARN). “Meus filhos queriam que eu ficasse no isolamento, mas eu tinha que ajudar. Essa é nossa riqueza das causas indígenas, dos nossos antepassados. Por isso não estão morrendo muito. Esse chá é muito valioso, é muito rico. A mãe natureza nos oferece. Somos ricos da natureza, que está cheia de remédios”, afirmou. E ressalta que é diferente dos brancos: “a riqueza deles, eles cobram. A nossa é de graça, a natureza oferece”.
Após a reunião, Ercolino contou que “folheando em sua cabeça” lembrou-se do pai contando que em casa de morcego não se mexe, pois vem doença que ataca a região do pescoço, do nariz. “Logo que vi na televisão falando dessa doença que vinha da China, de morcego, fui folheando na minha cabeça e lembrei do meu pai falando disso. Ninguém mexe em casa de morcego”. Seu Ercolino é mais esperançoso com a medicina dos brancos e aponta um caminho. “Gosto de conversar com os médicos. Com duas partes juntas, cura mais rápido”, avaliou.
A resistência de alguns indígenas ao tratamento hospitalar foi identificada por levantamento realizado pela Médicos Sem Fronteiras (MSF) em São Gabriel da Cachoeira durante a pandemia. Entre julho e agosto deste ano, a organização humanitária manteve na cidade o centro de acolhimento para casos leves e moderados pela Covid-19. Todo o projeto foi pensado levando em conta a realidade indígena, de forma a minimizar essa resistência. Dessa forma, nas enfermarias havia redes de dormir. Além disso, os benzedores estavam autorizados a atuar no centro médico. O uso de plantas medicinais foi autorizado, observando se os princípios ativos não iriam interagir com as demais medicações.
A única unidade hospitalar da cidade é o Hospital de Guarnição do Exército (HGu), que não conta com Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Em casos mais graves, a possibilidade é a remoção para Manaus. No território indígena, o atendimento é realizado pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Negro (Dsei-ARN) e Dsei Yanomami. Durante a pandemia, ação conjunta entre o Instituto Socioambiental, Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), organização humanitária médica Expedicionários da Saúde (EDS) e Dsei-ARN garantiram a implantação inédita das Unidades de Atenção Primária Indígena (Uapis), com miniusinas de oxigênio que garantiram que indígenas com quadros leves e moderados da Covid-19 fossem atendidos dentro do território, evitando remoções.
Confira as principais ervas apresentadas por cada artesão na oficina de plantas medicinais usada pelos indígenas no combate à Covid-19, realizada na sede da Assai, em São Gabriel da Cachoeira, em 1º e 3 de setembro:
Cledson Gomes Moreira, etnia Tariano: Alho, limão, cubiu, mangarataia ou gengibre, jambu, capim-santo, saracura, pirarucu (considerado forte, deve ser usado no chá em pequena quantidade ou separadamente).
Aparecida Batista da Costa, etnia Baré: Boldo (considerado forte, deve ser usado separadamente), hortelã, mangarataia.
Janete Mara Martins, etnia Tariano: Limão, alho, mangarataia branca, louro, quebra-pedra, mel, água de coco, defumação com a chamada caranha, resina de árvore.
Maria das Dores Almeida, etnia Tariano: Chá com limões inteiros, com casca. Ferver por cerca de 15 minutos. Coar e tomar quente. Chá com a planta Vik. Depois que o chá ferver é indicado fazer a vaporização. Depois, ingerir o líquido.
Margarida Dias Vaz, etnia Tukano: Mucuracá, jambu, cigarro preparado em casa para soprar.
Maria Cleomara da Costa Dias e sua irmã menor Lucineide da Costa Dias, etnia Tukano: Pirarucu, jambu, hortelã, alho, limão, cipó sara-tudo.
Geraldina Dutra, etnia Tukana: Jambu, mastruz, pirarucu, maracujá para acalmar.
Cecília Barbosa Albuquerque, etnia Piratapuya: Pirarucu – cru ou no chá, folha de alho, alho, boldo, jambu, capim-santo, mastruz, mucuracá, limão, chá e banhos de casa de tachi (formiga).
Ercolino Jorge Araújo Alves, etnia Desana, e sua esposa Carmem Figueiredo Alves, etnia Wanano: Chá de capim-santo, benzimento. Dona Carmem prepara o chá de campim-santo, que é benzido pelo pajé Ercolino. Ele explica que, mesmo que outras plantas não sejam colocadas no chá, o benzimento traz a energia de cura delas para o líquido.
Olga Lúcia Ramos Matos, etnia Tukano: Jambu, limão, alho.
Indígena da etnia Tukano, dona Olga Lúcia usou jambu, limão e alho em seus chás. (Foto: Raquel Uendi/ISA)
Maria da Silva Luciano, etnia Baré: Jambu, alho, limão. Ela também usou o padu (folha de coca) separadamente, pois está entre as ervas que demanda cuidado especial.
Ilza da Silva Luciano, etnia Baré: Capim-santo, boldo, jambu, limão, alho usados no chá. Banho de casca de saracura. Cera de abelha para esfumaçar.
Araci Cordeiro, etnia Baré: Fez chá combinando boldo e orégano. Também usou limão e alho. Bebia ainda água com limão, sem açúcar. Separadamente, usou também carapanaúba e o cipó saracura.
Maria do Carmos Martins, etnia Baniwa: Jambu (da folha menor, com a flor), folhas de abacate, sumo de pirarucu. Banho de capim-santo e alfavaca.
Jaqueline Carvalho, etnia Arapasso: Usou principalmente chá de jambu.
Sandra Melgueiro, etnia Baré: Casca de umiri, casca de carapanaúba, casca de sucuba: são cascas de árvores encontradas na floresta, usadas separadamente para chás e banhos. Também tomou chá de limão, alho, jambu e mel.
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Mulheres indígenas do Rio Negro compartilham conhecimentos de remédios tradicionais contra a Covid-19 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU