México. Presidente em disputa judicial por citar o Papa

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04 Setembro 2020

O presidente Andrés Manuel López Obrador entra em disputa judicial com a autoridade eleitoral, que ordenou retirar, por considerar violação da laicidade do Estado, um anúncio no qual cita o papa Francisco para negar que conduz o México rumo ao comunismo.

A reportagem é publicada por Infobae, 02-09-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

“Vamos apresentar nossa queixa frente ao Tribunal Eleitoral. Por que o INE (Instituto Nacional Eleitoral) tirou nossa mensagem da televisão? Porque falo do papa Francisco, quando o papa Francisco é, ademais de líder religioso, um chefe de Estado”, disse López Obrador nesta quarta-feira em sua conferência matutina.

Em um vídeo publicado em ocasião de seu relatório anual de governo, apresentado nesta terça-feira, o mandatário esquerdista aludiu ao pontífice para responder a críticas de seus adversários.

“Os conservadores sustentam que estamos levando o país ao comunismo. O papa Francisco disse que ajudar aos pobres não é comunismo, é o centro do Evangelho”, afirma o presidente na breve mensagem difundida na segunda-feira.

Nesse mesmo dia, a oposição impugnou o anúncio ante o INE, que entendeu que o vídeo viola a Constituição porque contém um “elemento religioso” e “minava as forças políticas opositoras” por utilizar frases como “os conservadores”.

O Tribunal Federal Eleitoral é a última instância na qual se dirimem resoluções tanto do INE como dos institutos eleitorais.

López Obrador costuma criticar ao INE por sua suposta tolerância com fraudes que segundo ele o impediram de chegar à presidência no passado, ademais de lhe exigir austeridade em meio à pandemia.

Durante o chamado período da Reforma (1855-1863), no México, se promulgou a separação de Estado e Igreja, dando lugar a um férreo laicismo que foi suavizado em 1992, depois de uma modificação legal que restaurou os direitos civis de grupos religiosos e restabeleceu relações com o Vaticano.

O governante mexicano faz contínuas referências bíblicas em seus discursos, sobretudo quando se refere a combater a pobreza que afeta mais da metade da população.

Em março, mostrou à imprensa imagens religiosas quando lhe perguntaram como se protegia, a seus 66 anos, do novo coronavírus.

O INE considerou como agravante que a mensagem tivesse sido produzida quando formalmente iniciou o processo para eleições locais em dois estados.

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