Conferência de Lambeth é transferida para 2021

Diante do quadro de pandemia do covid-19, o arcebispo de Cantuária, reverendíssimo Justin Welby, decidiu protelar para o terceiro trimestre de 2021 a Conferência de Lambeth, agendada para Londres de 23 de julho a 2 de agosto deste ano. A Conferência é o principal encontro da Comunhão Anglicana, que congrega 40 províncias espalhadas pelo mundo, somando 90 milhões de fiéis.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista, já foi professor e coordenador do curso de Jornalismo da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos.

No Brasil, a Câmara Episcopal anglicana enfatizou a observância do isolamento social, assim que seus templos, localizados em mais de 150 cidades do país, atendendo 100 mil membros, ficarão temporariamente fechados para qualquer reunião presencial até o final de abril.

Ainda em março, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) dirigiu aos seus sacerdotes orientações litúrgicas para tempos de coronavírus. Ela recomenda que a celebração da Eucarística por uma só pessoa não seja realizada nesse período, mesmo que esse momento seja transmitido ao vivo pelas redes sociais, e justifica:

- Na interpretação teológica e litúrgica da Comissão Nacional de Liturgia a celebração da Eucaristia pressupõe a presença de uma assembleia com “pelo menos duas ou três pessoas reunidas” (Mateus 18.20) que partilharão do pão e vinho consagrados. Eucaristia pressupõe a presença da comunidade no mesmo espaço físico, ao redor do altar, no partir do pão e nas orações. As pessoas que assistem pela web não conseguem, de forma plena, concelebrar essa Eucaristia, pois não poderão partilhar do sacramento.

A liderança episcopal reconhece, no entanto, que na IEAB existem diferentes contextos e realidades. Admite, portanto, a celebração completa da Eucaristia nesse período em caráter privado, de forma extraordinária, mas apenas com a autorização expressa d@ bisp@ em cada diocese.

Para pessoas acometidas de covid-19, a IEAB orienta que a Bênção da Saúde seja feita remotamente por telefone ou videoconferência. Esse rito, com oração pela saúde, sem unção, pode ser feito por qualquer pessoa cristã. “Em caso de pessoa em estado gravíssimo, a família, ou o clero e a família (por comunicação remota) podem realizar o rito de ministração à hora da morte”, assinalam as orientações litúrgicas. Nos sepultamentos de pessoas que tenham contraído a doença, a igreja não aconselha a presença de muitas pessoas para um ofício funeral completo.

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