26 Novembro 2019
Os bispos do Sudão do Sul aguardam com grande esperança a visita conjunta do Papa Francisco e do arcebispo anglicano de Canterbury no desejo de que traga paz ao país.
“É uma bênção para nós”, disse o arcebispo anglicano Justin Badi Arama, do Sudão do Sul, em 18 de novembro passado reagindo ao anúncio da visita pontifícia ao país do leste africano.
“A visita do Santo Padre vai nos dar um impulso positivo”, no fortalecimento de iniciativas de paz no país, disse o religioso.
A reportagem é de Guy Aimé Eblotié, publicada por La Croix International, 25-11-2019. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
No dia 19 de novembro, durante a oração do Angelus, em Roma, o Papa Francisco anunciou a intenção de visitar, no próximo ano, o Sudão do Sul, cujo povo, segundo ele, “sofreu demasiado nos últimos anos e aguarda com grande esperança um futuro melhor, especialmente o fim definitivo dos conflitos e uma paz duradoura”.
O arcebispo anglicano do Sudão do Sul afirmou, no entanto, que esta visita está condicionada a uma situação mais ampla.
“O papa anunciou em Roma que se um governo fosse formado, abençoaria o executivo e o povo do Sudão do Sul”, recordou o religioso africano.
“Os nossos líderes devem fazer tudo o que for possível. Se este governo não for formado, o papa não virá. Ele também deixou claro que não repetiria o que já tinha dito”.
Uma paz duradoura e um cessar-fogo entre o presidente Salva Kiir e o líder rebelde Rieck Machar vêm demorando para se materializar, apesar dos pedidos insistentes da comunidade internacional.
Em abril, o papa ajoelhou-se para beijar os pés dos dois protagonistas da crise depois que eles foram a Roma para uma audiência e um retiro espiritual. O pontífice pediu-lhes que fizessem o possível para encerrar o longo capítulo de tensões que tem dividido o país desde a independência em julho de 2011.
“Todos estão cansados. As nossas lideranças precisam pôr o sofrimento do povo antes dos seus interesses. O problema é que eles não confiam um no outro. Falta vontade política”, disse Arama.
“Nesse momento o que precisamos é de visitas e reuniões frequentes, além da publicação de declarações conjuntas. Isso mostrará a disposição deles em avançar e confiar nas pessoas”.
O líder da Igreja Episcopal do Sudão do Sul aguarda com esperança a tão aguardada visita, especialmente porque o papa virá juntamente com o presidente da Comunhão Anglicana, o Arcebispo Justin Welby, de Canterbury, a quem Francisco recebeu no Vaticano em 13 de novembro. Nesse dia, Welby confidenciou que, após ser recebido pelo papa, eles discutiram a “paixão comum pela paz no Sudão do Sul” e que haviam tido a “intenção de visitar o país juntos”.
“A Igreja Episcopal do Sudão do Sul aprecia o interesse e o compromisso continuados de oração por nosso país e seus habitantes mostrados pelo Arcebispo de Canterbury, o Reverendíssimo Justin Welby, e pelo Papa Francisco”, destacou Arama. “Damos as boas-vindas à intenção deles de realizar uma visita conjunta, e nos unimos a eles em oração por uma paz duradoura no país”.
Dom Edward Hiiboro Kussala, da Diocese de Tombura-Yambio, no sul do país africano, falou que esta visita conjunta será uma “ocasião especial, já que aproximará todas as comunidades cristãs do país”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
No Sudão do Sul, a esperança em uma celebração dupla com Papa Francisco e o Arcebispo Justin Welby - Instituto Humanitas Unisinos - IHU