26 Abril 2019
O presidente do Sudão, Salva Kiir, reiterou os pedidos para que o líder da oposição, Riek Machar, retorne com urgência para Juba antes da formação de um governo interino em maio.
A reportagem é de Radio Tamazuj, 22-04-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em uma mensagem de Páscoa proferida na capital, Juba, no sábado, Kiir disse que a presença de líderes oposicionistas acelerará o processo de paz.
“Nada poderia ser um presente maior para o nosso povo nesta Páscoa do que o Dr. Riek Machar e todos os líderes da oposição estarem em Juba para que possamos celebrar o triunfo de nosso Senhor juntos e tranquilizar o nosso povo sobre os compromissos com o acordo que assinamos e com a paz total ao nosso país”, disse Kiir.
Ele acrescentou: “Mesmo agora, não é tarde demais, estou convidando o Dr. Riek Machar para retornar urgentemente a Juba para que possamos trabalhar juntos para agilizar os processos de formação do revitalizado governo de transição da unidade nacional”.
Em setembro do ano passado, os arqui-inimigos do Sudão do Sul assinaram um acordo de paz revitalizado para acabar com a guerra civil do país, que matou dezenas de milhares de pessoas e desalojou milhões de pessoas.
O acordo de paz prevê um novo governo de transição em maio de 2019, antes das eleições, três anos depois.
O líder da oposição armada foi recentemente citado dizendo que os partidos não conseguiriam cumprir o prazo para formar um governo de unidade porque os principais requisitos para o acordo de paz ainda não foram cumpridos.
Por isso, Machar supostamente teria sugerido que o período pré-transicional fosse estendido por mais seis meses para permitir sua implementação completa.
Kiir, no entanto, disse que não era tarde para que os líderes da oposição retornassem a Juba.
O Papa Francisco recentemente convidou o presidente Salva Kiir e o líder da oposição armada, Riek Machar, para um retiro no Vaticano. Também estiveram presentes o primeiro vice-presidente, Taban Deng Gai, e Rebecca Garang, viúva do fundador do partido no poder (SPLM), John Garang.
No Vaticano, o Papa Francisco ajoelhou-se e beijou os pés do líder do Sudão do Sul, em um emocionante apelo para que eles ponham fim ao conflito.
Kiir, em sua mensagem de Páscoa, disse ter ficado chocado, profundamente tocado e até mesmo estremecido quando o Papa Francisco se ajoelhou e beijou seus pés.
O líder do Sudão do Sul descreveu sua experiência no Vaticano como “histórica”, mostrando como o mundo todo se importa com o Sudão do Sul.
“Eu não apenas senti reverência por Sua Santidade, mas também senti fortemente que o que aconteceu no Vaticano terá um impacto indelével no futuro da paz e estabilidade na nossa amada nação”, disse ele.
A ação do papa, enfatizou, foi a maior expressão de humildade e uma verdadeira manifestação de como os líderes devem liderar as pessoas.
“Foi algo sem precedentes que o papa, o arcebispo de Canterbury e o moderador se reunissem para meditar e rezar pelo nosso país”, disse ele.
O retiro de dois dias no Vaticano ocorreu um mês antes do fim do período pré-transicional do acordo de paz revitalizado.
No dia 12 de maio, os partidos do Sudão do Sul devem formar um governo de transição de unidade nacional. No entanto, o acordo de paz de setembro de 2018 foi cumprido com prazos desrespeitados devido à falta de recursos.
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Presidente e líder da oposição do Sudão do Sul buscam reaproximação após retiro no Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU