19 Novembro 2019
O governo federal anunciou nesta segunda-feira (18) que foi de 9.762 km² a área total de corte raso na Floresta Amazônica brasileira de 1º de agosto do ano passado a 31 de julho deste ano. Esse número, que é a maior taxa de desmatamento na região desde 2008, corresponde a um aumento de 29,5% em relação ao período anterior.
A reportagem é de Maurício Tuffani, publicada por Direito da Ciência, 18-11-2019.
O dado anunciado hoje é uma estimativa preliminar do sistema Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que desde 1989 registra o corte raso anual na parte brasileira da grande floresta tropical sul-americana. Em maio do ano que vem, ele passará por uma revisão para ser consolidada a taxa final.
Com esse resultado, o corte raso acumulado na Amazônia até julho deste ano passa a ser de 802.570 km². Equivalente a mais da metade da área total do estado do Amazonas, que mede cerca de 1,56 milhão de quilômetros quadrados, essa extensão total perdida corresponde a 20,1% da área original da parte brasileira da floresta, que era de cerca de 3,99 milhões de quilômetros quadrados. Ou a 19,1% do domínio original no Brasil de todo o bioma Amazônia, que inclui matas com vegetação de menor porte e também parte da maior bacia hidrográfica do mundo, totalizando 4,197 milhões de quilômetros quadrados.
A devastação total da Floresta Amazônica é ainda maior do que mostram os dados do Prodes, que correspondem somente às superfícies onde houve eliminação total da cobertura vegetal por meio de corte raso. Eles não consideram áreas muito degradadas pela extração seletiva de madeira e também por incêndios ocorridos anteriormente, que até dezembro de foram monitoradas por outro projeto do Inpe, o Mapeamento da Degradação Florestal da Amazônia Brasileira (Degrad). Depois disso, a degradação passou a se monitorada pelo sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter).
O monitoramento da Floresta Amazônica pelo Degrad começou em 2007. Seus dados mais recentes apontaram que em 2016 essa devastação chegou a 27.370 km², uma área pouco menor que a do estado de Alagoas. No Prodes finalizado nesse ano ano (2015-2016), o corte raso alcançou 7.893 km².*
A extensão dessas áreas degradadas sem corte raso é muito variável devido à influência das oscilações das condições climáticas. Nos anos mais secos, essa degradação tende a ser maior.
Confira na tabela a seguir a evolução anual do desmatamento por corte raso desde o início do Prodes em 1989.
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Desmatamento na Amazônia é o maior em 11 anos e alcança 20% da floresta - Instituto Humanitas Unisinos - IHU