Greta Thunberg enfrenta as petroleiras no Canadá

Greta Thunberg falando em Edmonton (Fonte: reprodução do YouTube)

Mais Lidos

  • “A América Latina é a região que está promovendo a agenda de gênero da maneira mais sofisticada”. Entrevista com Bibiana Aído, diretora-geral da ONU Mulheres

    LER MAIS
  • A COP30 confirmou o que já sabíamos: só os pobres querem e podem salvar o planeta. Artigo de Jelson Oliveira

    LER MAIS
  • A formação seminarística forma bons padres? Artigo de Elcio A. Cordeiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

22 Outubro 2019

Surgia com força para o Prêmio Nobel da Paz, mas o prêmio foi concedido ao primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed. Desde então, grande parte dos meios de comunicação da Europa parecem ter perdido o foco de Greta Thunberg. Do outro lado do Atlântico, no entanto, a jovem ativista climática continua ocupando espaços de destaque em rádios, jornais e televisões no Canadá, onde há duas semanas protagoniza uma agenda cheia de atos em defesa do meio ambiente em geral, das Nações Originárias do Canadá (denominação moderna de 'povos indígenas' ou 'índios' da América do Norte), dos estudantes que continuam fazendo greves climáticas todas as sextas-feiras e, em particular, contra grandes empresas petroleiras.

A reportagem é de Joaquim Elcacho, publicada por La Vanguardia, 21-10-2019. A tradução é Cepat.

Após passar por capitais do centro dos Estados Unidos, como Denver (Colorado) e várias áreas de Wyoming, Idaho e Montana, na sexta-feira, 18 de outubro, a inspiradora do movimento internacional de jovens Fridays For Future participou com aproximadamente 15.000 pessoas de uma manifestação em Edmonton, a capital mais próxima das grandes explorações de petróleo do Canadá.

Nesta grande área da província de Alberta, o petróleo é extraído das areias betuminosas, numa prática que não só prejudica o clima - devido à subsequente combustão deste hidrocarboneto - e a atmosfera - emissão de poluentes -, mas também causa um amplo impacto no território, devido à grande área e volume de terra que são removidos para filtrar o óleo.

Diante da presença de Greta Thunberg, algumas centenas de pessoas também se concentraram em Edmonton para defender seus postos de trabalho nas empresas relacionadas ao petróleo e gás. Na mesma linha, o primeiro ministro de Alberta, o conservador Jason Kenney, criticou os seguidores de Greta Thunberg e as ações contra a crise climática.

O futuro está em jogo

Thunberg tomou a palavra na sexta-feira, nas proximidades do Parlamento de Alberta, para agradecer aos estudantes que “hoje sacrificaram sua educação para chamar a atenção para a emergência climática e ecológica”. A jovem de nacionalidade sueca acrescentou que “nosso futuro está em jogo” e criticou a dependência do consumo de petróleo e seus derivados.

A província canadense de Alberta, no oeste do país, contém algumas das maiores reservas de petróleo do mundo e os campos de petróleo representam 96% das reservas do Canadá. No ano passado, a província produziu 2,91 milhões de barris de petróleo por dia. O Canadá é o quarto maior produtor de petróleo do mundo e também o quarto maior exportador, embora quase todo o seu petróleo seja enviado para os Estados Unidos.

As explorações de petróleo também têm um impacto significativo nos grupos populacionais das nações originárias, porque ocupam territórios e causam poluição nas águas.

Greta Thunberg também se reuniu nos últimos dias com vários representantes das Nações Originárias do Canadá para conhecer a sua situação e mostrar seu apoio diante das pressões recebidas por essas pequenas comunidades por parte de autoridades estatais, provinciais e os representantes das grandes empresas de hidrocarbonetos.

Paralelamente, através de contatos telefônicos e mensagens nas redes sociais, Thunberg acompanha de perto as ações em defesa do clima que são realizadas em várias partes do planeta e tem se preocupado especialmente com as prisões em massa de ativistas climáticos que realizam ações pacíficas em capitais como Londres e Washington.

Leia mais