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20 Agosto 2019

As cozinhas judaica e muçulmana são reguladas por rigorosos preceitos religiosos. Que agora encontram seguidores inclusive entre os cristãos? Obcecado com o corpo.

Há culturas que à mesa têm mais totens do que tabus e outras que têm mais tabus do que totens. Em ambos os casos, a religião é que faz a diferença. Porque prescrições e proibições, paixões e obsessões, tradições e transgressões quase sempre têm uma origem sagrada. No sentido de que as diferentes denominações usam a comida como matéria-prima para construir identidade e comunidade, para distinguir pureza e impureza, para medir o pertencimento e a indiferença.

O comentário é de Marino Niola, publicado por La Repubblica, 17-08-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

Um fio duplo milenar amarra comida e devoção. Por trás de cada receita há um preceito, uma obrigação ou uma proibição. O que comer, o que não comer, quando, quanto, em que dia banquetear, em que dias jejuar. Para nós cristãos, de fé ou de cultura, agora é difícil entender a conexão entre religião e alimentação. Mas para os judeus e muçulmanos, o respeito pelos mandamentos ainda é hoje o verdadeiro termômetro da observância. Basta pensar nas proibições que os caracterizam. Em primeiro lugar, a de consumir carne malcozida, expressamente proibido pela Torá e pela Sharia. Ao contrário, sinal verde para os animais que ruminam e ao mesmo tempo têm casco fendido. Cabras, ovelhas e vacas. Mas nada de coelho, porco, camelo, lebre, cavalo e burro. Sim para o pescado, mas com a condição de que tenham barbatanas e escamas.

Então, zero moluscos e crustáceos. Igualmente proibidas são as espécies rasteiras, como cobras ou com patas, como lagartos, tartarugas e rãs. No caso judaico, esse manual gastronômico é sancionado diretamente pela lei mosaica, que em Levítico, o terceiro livro do Antigo Testamento, distingue rigorosamente os alimentos permitidos, kosher, dos proibidos, taref. Exatamente o que muitas suras do Corão fazem, principalmente a quinta e a sexta, opondo os alimentos permitidos, halal, àqueles proibidos, haram.

Nesse sentido, o povo de Israel e o de Maomé têm mais tabus do que totens.

O cristianismo, por outro lado, diferentemente das outras duas religiões do Livro, é caracterizado por um número muito pequeno de tabus. Os seguidores do Messias são absolutamente onívoros. E isso também está escrito nos textos sagrados. Começando com os Evangelhos, onde praticamente não há vestígios de proibições alimentares. Até São Paulo, o grande intelectual da Igreja, que na Carta aos Coríntios afirma que todo animal ou planta à venda nas bancas do mercado pode ser comido sem problemas, porque "o Senhor é a terra e tudo o que ela contém". Em suma, nada é ruim e impuro em si mesmo. O único preceito cristão é a temperança, a moderada quantidade como antídoto ao egoísmo bulímico. E agora o ditado paulino retorna, de forma secular, no mantra dietético contemporâneo que prescreve comer um pouco de tudo. Com a diferença de que não o fazemos por medo do juízo de Deus, mas por medo do inexorável veredicto da balança.

O paradoxo é que agora também nós, filhos da secularização, voltamos a nos entregar à religião e a pedir a salvação, desta vez, porém, do corpo e não mais da alma. Assim se explica o recente boom planetário da alimentação kosher e, em menor grau, daquela halal, que também conquista os paladares mais laicos. É uma demanda em crescimento exponencial e transversal, que tem pouco a ver com os mandamentos sagrados, exceto o da genuinidade e da limpeza. Assim, mesmo aqueles que não rezam a Javé ou Ala, abraçam a nova crença nutricional que está lotando os supermercados de todo o mundo com alimentos com selo religioso. Milhões de consumidores convertem-se ao ázimo, ao falafel, a carne sem sangue e até ao sal mosaico, isto é, sem aditivos. De acordo com um estudo da Penn State University College, 80% dos compradores de comida judaica não têm relação nenhuma com a Torá. De fato, a motivar a escolha não é o pertencimento à religião, mas o rigor do controle de rabinos e imãs sobre a preparação e embalagem de produtos que tranquilizam os consumidores. Evidentemente, a autoridade religiosa é considerada mais credível do que a autoridade alimentar. Aquele que come à moda judaica, em suma, faz isso um pouco por razões éticas e um pouco por dietéticas. Terminando por onerar a religião de Moisés com funções impróprias, como o rastreamento de nossos alimentos. Transformando o líder espiritual em um certificador material.

Resultado, um negócio colossal. Se no final dos anos 1970 os produtos com selo kosher eram 2.000, agora são pelo menos 150.000, em constante crescimento. E dado o apelo dessa denominação de origem consagrada, todas as grandes marcas de alimentos, incluindo os italianos, entram na fila para obter o tão esperado selo OU, concedido pela Ortodox Union, a primeira holding planetária de certificação judaica. Na sede da Broadway, opera um inflexível grupo rabínico, auxiliado por um exército de tecnólogos de alimentos, em um cenário digno de um filme de Woody Allen.

Moral da história, estamos em pleno curto-circuito entre confiança e fé, entre segurança e salvação. Um mundo nas garras de milhares de medos - pesticidas, cancerígenos, transgênicos, dioxinas, gorduras hidrogenadas - que não sabe mais em quem acreditar se entrega ao controle de Deus. É por isso que o alimento se torna a nova religião, e a mesa o altar laico onde se celebra o culto do corpo.

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