08 Outubro 2018
Misericórdia e caridade, não condenação. Esta é a atitude que o Papa pede à Igreja para as famílias que passam pela experiência da crise ou da ruptura definitiva. “À Igreja, nessas situações, não se pede apenas e imediatamente a condenação. Pelo contrário, em face de tantos dolorosos fracassos conjugais, ela se sente chamada a viver sua presença de caridade e de misericórdia, para levar de volta a Deus os corações feridos e perdidos”, afirmou durante o Angelus deste domingo na Praça São Pedro, refletindo sobre o Evangelho do dia: Marcos apresenta Jesus provocado pelos fariseus que lhe perguntaram se era lícito ao marido repudiar sua própria esposa, conforme previa a lei de Moisés.
A reportagem é de Salvatore Cernuzio, publicada por Vatican Insider, 07-10-2018. A tradução é de André Langer.
“Com a sabedoria e a autoridade que vêm do Pai”, Cristo “redimensiona a lei mosaica”, dizendo que o antigo legislador “escreveu esta regra para você por causa da dureza do seu coração”. Em outras palavras, é uma concessão que serve para amortecer as falhas produzidas pelo nosso egoísmo, mas não corresponde à intenção original do Criador. Por isso, Jesus retoma o livro do Gênesis: “Desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher; por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua esposa e os dois se tornarão uma só carne”. E conclui: “Portanto, o homem não deve dividir o que Deus uniu”.
Da mesma forma, o Papa assinalou que Jesus não admite o repúdio ou qualquer coisa que possa levar ao fracasso da relação. “Ele faz isso para confirmar o plano de Deus, que destaca a força e a beleza das relações humanas”, destacou o Pontífice, ressaltando que a Igreja, mãe e mestra que compartilha as alegrias e os esforços das pessoas, por um lado, “não se cansa de confirmar a beleza da família assim como nos foi transmitida pela Escritura e pela Tradição, e, ao mesmo tempo, esforça-se para fazer com que sua proximidade materna seja concreta para aqueles que vivem a experiência de relacionamentos rompidos ou que se desenvolvem de maneira dolorosa e cansada”.
O Papa aproveitou a ocasião para renovar “o convite para rezar o terço todos os dias do mês de outubro, concluindo com a antífona “Sob o teu manto” e a oração a São Miguel Arcanjo, para rechaçar os ataques do diabo que quer dividir a Igreja”.
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Papa Francisco. “Que a Igreja esteja perto e não condene aqueles que vivem dolorosos fracassos conjugais” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU