03 Agosto 2018
O Santo Padre, hoje, em Santa Marta entre as 10 e 11h falou com Celso Amorim, que foi por oito anos Ministro do Exterior do Presidente "Lula" da Silva, Alberto Fernández, ex-Ministro secretário do Conselho dos Ministros da Argentina durante o governo de Néstor Kirchner e depois, por 18 meses também do governo da viúva Cristina e Carlos Ominami, ex-ministro da Economia e Desenvolvimento do Chile, agora senador.
A informação é de Luis Badilla, publicada por Il sismografo, 02-08-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
Os três importantes políticos latino-americanos, liderados pelo ex-chanceler Amorim, ilustraram amplamente ao Papa a delicada situação atual na América Latina, especialmente no Brasil e, em seguida, a situação de Luiz Inácio "Lula" da Silva, na cadeia há várias semanas, acusado de suposta corrupção por parte de alguns juízes que, como mostrado por vários juristas de prestígio internacional, insistem em domesticar as leis para perseguir um objetivo preciso: impedir a candidatura presidencial de "Lula", que, como mostram todas as pesquisas seria o vencedor nas eleições de outubro próximo.
Francisco que, semanas atrás - embora alguns meios de comunicação tenham divulgado desmentidos infundadas – enviou ao ex-governante um terço e um breve pensamento, e agora, através do ex-ministro Amorim fez entregar a "Lula" uma bênção e uma saudação especial manuscrita nas primeiras páginas do livro do ex-presidente recentemente traduzido para o italiano ("La verità vincerà. Il popolo sa perché sono stato condannato”. A verdade vai triunfar. As pessoas sabem porque fui condenado" - Meltemi, 2018).
Celso Amorim relatou há pouco ao "Il sismografo" alguns momentos do encontro com o Papa: "O Santo Padre nos escutou com grande interesse e preocupação. Mostramos a ele a realidade latino-americana de hoje e em particular a do ex-presidente "Lula". O papa Francisco sabia tudo. Acompanha tudo com atenção e preocupação, ele nos disse várias vezes. Ele é uma pessoa muito bem informada e com grande capacidade de análise. Sabe o que aconteceu e entende o por quê. No contexto da conversa, o papa lembrou algumas de suas reflexões passadas sobre os golpes brancos na América Latina e também a homilia de Santa Marta de 17 de maio passado. [1] O pontífice também lembrou a ex-presidente Dilma Rousseff, dizendo que era uma pessoa honesta. Por fim, o Santo Padre nos prometeu que continuará a acompanhar de perto o que acontece no Brasil, bem como o caso do ex-presidente".
[1] "Essa manipulação do povo também é um desprezo pelo povo, porque o transforma de povo para massa" - "Ainda hoje esse método é muito utilizado", advertiu o Papa "Por exemplo, na vida civil, na vida política, quando se pretende fazer um golpe de estado, a mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes e, com calúnia e difamação suja suas imagens. Então a justiça entra, condena-os e, no final, o golpe está feito. É um sistema entre os mais condenáveis". Mas justamente "com esse método - Francisco explicou - foi perseguido Paulo" e foram perseguidos "Jesus, Estevão e depois todos os mártires". Claro, o Pontífice acrescentou, no final são "as pessoas que iam ao circo e torciam para ver como era a luta entre os mártires e as feras ou os gladiadores, mas sempre, o elo da cadeia para chegar à condenação, ou a outro interesse após a condenação, é esse ambiente de fingida unidade, de falsa unidade".
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Papa Francisco preocupado com a situação do Brasil e o caso do ex-Presidente "Lula" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU