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Tirem as mãos de padre Zerai, anjo da guarda dos refugiados africanos

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14 Agosto 2017

Sua história pública fala por si. Um padre corajoso que assumiu a causa dos desamparados. Há anos luta para ajudar milhares de desesperados a fugir do inferno de guerras, limpezas étnicas, regimes sanguinários, pobreza absoluta, exploração desumana e catástrofes ambientais. Para isso, padre Mussie Zerai foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz em 2015. E agora o vemos acusado de favorecimento à imigração ilegal. As vozes do politicamente correto repetem: tenham confiança no Judiciário, será seguido o curso correto. Mas a história não pode ser reescrita em uma sala de audiências.

A reportagem é de Umberto De Giovannangeli, publicada por Huffington Post, 11-08-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

Zerai é o anjo dos refugiados africanos: há pelo menos oito anos o sacerdote natural de Asmara recebe chamadas a toda hora de migrantes em perigo ao longo das rotas da África e no mar. E ele responde. Fazia isso quando era um estudante no Colégio Etíope no Vaticano, e o faz agora na Suíça, onde é capelão da comunidade eritreia.

"Claro que eu envio mensagens para as ONGs - confirma padre Zerai ao L'Avvenire – em geral aviso os Médicos Sem Fronteiras, Watch the med ou Sea Watch. Publico também no Facebook as coordenadas da embarcação, omitindo o número do qual recebi a chamada, para impedir que fique congestionado. Mas nunca tive contato direto com os alemães do navio Iuventa. Nem sei se já usaram as minhas mensagens para salvar as pessoas em perigo, talvez alguém as tenha passado a eles. Mas nunca foram mensagens privadas". Padre Zerai jamais esqueceu o sofrimento que todos os dias padecem, há anos, seus compatriotas eritreus. Para eles, o status de refugiado nunca será levado em consideração, mesmo que estejam fugindo de um dos regimes mais cruéis existentes na terra, apesar de serem eles que lotam, ainda mais que os sírios, as balsas que sulcam, e afundam, no Mediterrâneo. Eles são os condenados da terra, os últimos entre os últimos: os eritreus. Os relatórios das principais organizações humanitárias internacionais estão cheios de histórias e testemunhos arrepiantes: histórias de mulheres estupradas e depois vendidas para os novos mercadores de escravos, histórias de abuso e torturas indizíveis.

A Anistia Internacional em um relatório recente indica que fogem da Eritreia, em média, 5 mil pessoas por mês. Nestes 10 anos, estima-se que saíram 400 mil jovens, de uma população de seis milhões. No entanto, para a Europa, os eritreus fazem parte do universo dos "migrantes", um universo de "série B" em relação aos potenciais recebedores de asilo, porque, dizem, na Eritreia não há guerra. E assim na Nigéria do Boko Haram, na Somália dos al-Shabaab, no Mali, onde, apesar da intervenção francesa, ainda está radicada a al Qaeda no Magrebe islâmico, e assim por diante.

É verdade, na Eritréia, há algo a mais e, em certo sentido, bem pior: há um regime sanguinário, entre os mais ferozes do mundo, e ainda assim ao regime de Asmara, a solidária UE concedeu nos últimos dois anos, mais de 300 milhões de euros como cota de "cooperação ao desenvolvimento”. O desenvolvimento de uma tirania que se alastra.

Uma comunidade internacional fraca e distraída não tem em sua agenda, nem no último lugar da lista, o "caso da Eritreia". E para pressionar a consciência dos Grandes da Terra não servem os relatos cada vez mais alarmantes das mais ativas agências humanitárias.

A chegada na Itália acontece após vários meses da partida da Eritreia e depois de uma viagem através da Etiópia, Sudão e Líbia, extremamente arriscada, que pode durar mais de dois anos. Pelos relatos dos menores não acompanhados eritreus encontrados pela Save the Children na fronteira, emerge que a decisão de partir é tomada pelos próprios jovens, muitas vezes porque sentem uma forte responsabilidade de prover para a sustentação de toda a família, desde pequenos. O primeiro país que encontram, deixando a Eritreia, é a Etiópia. Para conseguir alcançar este país devem atravessar duas trincheiras, chegando a pé no Tigré, zona localizada ao norte da Etiópia, contatando contrabandistas para guiá-los através da fronteira. A situação na fronteira é descrita pelos próprios jovens como muito perigosa: relatam que muitos de seus companheiros são mortos por militares da Eritreia.

Chegando à Etiópia, os militares etíopes presentes nas trincheiras, levam diretamente os prófugos a diversos campos. Quando conseguem se afastar dos campos, para conseguir atravessar ilegalmente a fronteira entre a Etiópia e o Sudão, precisam pagar cerca de 300 dólares e superar um grande rio chamado Tekezé. Há traficantes que fazem os refugiados atravessar o rio a pé, através do uso de animais como camelos e vacas.

No Sudão o caminho é ainda mais arriscado devido à presença dos Rashaida, nômades que enriquecem sequestrando e exigindo enormes resgates (até 20 mil dólares), para liberar os migrantes. Durante seu cativeiro eles sofrem torturas e violências, tais como choques elétricos. Depois de atravessar o Sudão chegam à Líbia, sozinhos ou passados das mãos dos traficantes sudaneses aos líbios. Eles passam meses aprisionados, e só conseguem ser libertados mediante pagamento ou trabalhando em condições de escravidão.

Quando conseguem escapar dessas situações, ainda resta enfrentar o mar para chegar à Europa, colocando novamente em risco suas vidas. Em outros casos, são mantidos pelos traficantes em lugares isolados, amontoados durante meses, em grupos de até 40 pessoas em um único quarto. Ficam esperando para partir em uma viagem organizada pelos próprios traficantes em barcos precários. Mas se é verdade que sem memória não há futuro, vale a pena trazer à luz testemunhos que dão conta, bem mais do que de doutras minúcias geopolíticas, de uma tragédia que não conquista as primeiras páginas dos jornais, que não sensibiliza as consciências e nem constrói mobilizações populares.

Depoimentos como aquele de uma mulher, uma médica corajosa, Alganesh Fessaha, eritreia, da ONG Gandhi: "Não só os eritreus, mas também os etíopes, os somalis e outras nacionalidades estão em grave perigo, depois de viver por meses nos campos de refugiados do Sinai. Pessoas que pelos mais variados motivos – relata – a maioria por ser perseguida por ditadores em seus países, deixaram para trás afetos e raízes em busca de um lugar para continuar a viver, direito legítimo de toda pessoa. Foram vendidas para traficantes de seres humanos, a cujos serviços recorreram para a travessia do Sinai para chegar a Israel". Traficantes cruéis, sem piedade. Mulheres estupradas na frente de seus filhos e seus parceiros, homens e mulheres e até mesmo menores, torturados até a morte por seus carcereiros. Enquanto as vítimas estavam sendo torturadas, os contrabandistas chamavam suas famílias para extorquir dinheiro; altos resgates, até 50-60 mil dólares, geralmente pagos por parentes distantes na Europa, EUA, Canadá, etc. Aqueles que não podiam pagar, muitas vezes eram mortos ou submetidos à remoção de órgãos, para ser comercializados no mercado negro do tráfico de órgãos. "Quando chamam para pedir o dinheiro do resgate - acrescenta ainda a Dra. Fessaha - os prisioneiros são espancados, derramam água sobre eles e então aplicam choques elétricos para que gritem mais alto". Ou, para fazê-los gritar, causam queimaduras com plástico derretido, gasolina e ácidos.

Ouvindo os gritos e os pedidos desesperados de socorro, os parentes reúnem todo o dinheiro que conseguem juntar fazendo dívidas, se necessário, ou pedem ajuda a outras famílias. O pagamento acontece pelos circuitos internacionais de money transfer".

Um papel-chave nos sequestros é desempenhado pela Unidade de controle de fronteira da Eritréia, liderada pelo general Teklai Kiflr: eles muitas vezes sequestram os jovens de 16 e 17 anos, obrigados pelo regime a completar seus estudos prestando serviço militar durante um ano no campo militar de Sawa. Uma vez sequestrados, os eritreus são torturados e encerrados em prisões subterrâneas. As mulheres são estupradas repetidamente, muitas vezes em público, e aos pais são transmitidos os gritos dos filhos através de chamadas telefônicas durante os abusos. Para jovens eritreus normalmente é exigido um resgate de US $ 10.000. Outros refugiados, que conseguiram escapar do inferno do Sinai, etíopes e eritreus, relatam que os traficantes beduínos reúnem grupos de duzentas a trezentas pessoas para levá-las a Israel, mas de fato as encerram em contêineres e gaiolas de metal onde são espancadas, privadas de alimento e água, submetidas a torturas, contusões e choques elétricos, penduradas pelos pés ou mãos.

Uma dessas desventuradas, Fátima, contou assim sua tragédia: "Não temos água potável - relata Fátima – precisamos beber água do mar e muitos de nós já sofrem de problemas intestinais. Recebemos para comer um pedaço de pão e uma lata de sardinha a cada três dias, somos forçados a viver acorrentados como animais". "Ao longo dos últimos 15 anos na Eritreia nada mudou. É um país completamente militarizado que não dá espaço, principalmente para os jovens que podem sonhar um futuro diferente daquele que o sistema estabelece para eles, ou seja, a vida militar até os 50 anos. A total ausência de uma perspectiva diferente, de uma possibilidade de realizar os próprios sonhos, como poder continuar os estudos ou trabalhar onde quiser, é inaceitável. Além disso, há uma total ausência de qualquer liberdade, de qualquer direito. Os jovens não querem ser tratados como escravos, porque de fato o exército tornou-se uma escravidão legalizada.

É por isso que fogem, querem ter um futuro diferente, sem arriscar suas vidas todos os dias por algo em que não acreditam mais".

Palavras que dom Zerai, responsável pela pastoral dos imigrantes eritreus e etíopes na Suíça e fundador da ONG Agência Habeshia, nunca se cansa de repetir, tentando quebrar o muro de silêncios e cumplicidades. A Eritreia se tornou independente da Etiópia em 1933: em 22 anos, foi capaz de produzir mais de 360 mil refugiados, de uma população de 6 milhões de habitantes. O "caso Eritreia" exige a atenção da Europa, e mais fortemente da Itália. A cada mês cerca de 5.000, principalmente jovens, fogem do regime de Isaias Afewerki, que nega qualquer forma de democracia, qualquer liberdade, mesmo a mais básica, tendo transformado o país do Chifre de África em uma "prisão a céu aberto".

Em julho passado, no entanto, a Comissão negociou com a Eritreia um novo pacote de ajuda ao desenvolvimento, de mais de 300 milhões de euros. Para muitos, não fica claro como serão utilizados esses recursos e, no protocolo de entendimento, não há acordos com o governo eritreu sobre o respeito aos direitos humanos. Um esquecimento culposo. Em um relatório de 500 páginas, divulgado pelo Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, não há apenas uma descrição das injustiças do serviço militar obrigatório por tempo indeterminado, e a negação de qualquer forma de expressão, já denunciadas por numerosas ONGs e ativistas há anos. "O governo da Eritréia criou um clima de terror em que a discordância é sistematicamente reprimida, a população é obrigada a trabalhos forçados e detenções arbitrárias, a ponto de podermos falar de crimes contra a humanidade", afirmam os comissários da ONU.

No relatório relatam-se de torturas, prisões arbitrárias, supressão de toda liberdade, "governo do terror" marcado pela "regra de medo." A Comissão liderada por Sheila B. Keetharuth chegou a argumentar que a tortura dos dissidentes é aplicada como uma verdadeira "política de dissuasão do governo" a ponto de ser tão difundida que se tornou sistemática. A resposta da Europa está nos 300 milhões de euros destinados, para o período 2014-2020, ao regime de Asmara.

Mesmo a Itália retomou as relações de cooperação, com uma dotação inicial de cerca de 2,5 milhões de euros. O governo italiano também é o promotor do chamado Processo de Cartum, um plano de cooperação entre países da União Europeia e do Chifre de África para prevenir o tráfico de seres humanos. Defeito, não marginal, da operação é a inclusão do governo da Eritréia como interlocutor, quando a opressão do regime é precisamente a razão das fugas. Nenhuma forma de ajuda econômica e cooperação poderá servir para melhorar a situação até que não for iniciado um sério processo rumo a democracia e o respeito pelas liberdades fundamentais, sugeriram, sem receberem a mínima atenção, os comissários das Nações Unidas. E com eles, padre Mussie Zerai.

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