Peru. Ex-presidente recebeu propina da Odebrecht, diz promotoria

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Por: João Flores da Cunha | 07 Fevereiro 2017

O ex-presidente do Peru Alejandro Toledo recebeu cerca de 20 milhões de dólares em propinas da empreiteira brasileira Odebrecht, segundo a promotoria peruana. As informações foram divulgadas pela imprensa do país no dia 3-02. O órgão deve pedir a prisão preventiva de Toledo.

A Odebrecht admitiu, em um acordo firmado com autoridades do Estados Unidos no fim de dezembro, ter pago propinas a funcionários públicos peruanos para vencer licitações de obras estatais. O suborno pago a Toledo seria relativo à Estrada do Pacífico, que liga o estado do Acre, no Brasil, ao Oceano Pacífico, via o Peru. A rodovia foi construída durante o governo do ex-presidente, e custou ao país mais de 300% do valor estimado inicialmente.

Em acordo realizado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a empreiteira brasileira reconheceu ter pago 29 milhões de dólares em propinas no Peru. Desse montante, cerca de 20 milhões foram destinados a um “alto funcionário” do governo peruano, de acordo com a Odebrecht. Esse funcionário é Toledo, concluiu a promotoria do país a partir de informações dadas por um envolvido no caso que está colaborando com a Justiça.

O dinheiro teria sido manejado por uma empresa offshore de um amigo do ex-presidente, o empresário israelense Josef Maiman. Ambos estão sendo investigados por lavagem de dinheiro em outro caso conduzido pelas autoridades peruanas. Ainda não há uma definição judicial sobre este caso.

No dia 2-02, antes das informações sobre a Odebrecht surgirem à tona, Toledo havia se manifestado em uma rede social sobre as investigações relativas à sua presidência. Ele disse “estar pronto, como sempre, para colaborar com a Justiça. Dela nunca fujo. Mas justiça, e não vingança”.

Toledo, que governou o país entre 2001 e 2006, não estava no Peru no momento da divulgação das informações. No dia 4-02, a promotoria e a polícia federal realizaram uma operação na casa de Toledo, em Lima, em que recolheram documentos, os quais serão analisados pelas autoridades que investigam o caso.

O atual presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou que o suborno que Toledo teria recebido significa uma “traição” e uma “vergonha”. Ele ressaltou que “a Justiça vale para todos”. Kuczynski, que foi ministro da Fazenda e primeiro-ministro do governo de Toledo, negou ter conhecimento do esquema de corrupção envolvendo a Odebrecht.

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