31 Agosto 2016
Medição de sexta-feira (26) registrou 400 microgramas de poluição no ar. Incêndios florestais e urbanos são os principais causadores da poluição.
O nível de poluição do ar em Rio Branco, Senador Guiomard e Acrelândia chegou a 400 microgramas por metro cúbico de ar na sexta-feira (26). A medição foi feita através de um fotômetro solar, instalado na Universidade Federal do Acre (Ufac). O nível é oito vezes maior que os 50 microgramas indicados pela Organização Nacional de Saúde.
A reportagem é de Quésia Melo, publicada por G1, 29-08-2016.
O pesquisador Alejandro Fonseca explica que os incêndios florestais e urbanos são os principais causadores do aumento da poluição do ar. De acordo com ele, em 2005, ano crítico tanto em número de queimadas quanto no tempo de estiagem, a poluição no estado chegou a 600 microgramas.
Fonseca explica ainda, que o fotômetro solar mede todos os componentes que estão na atmosfera e também acompanha os focos de incêndio. Todas as informações são enviadas para um satélite a 36 mil km de altura.
“As medições são feitas em toda a coluna atmosférica, mas, as mais representativas foram registradas no leste do Acre”, destaca.
O pesquisador salienta que embora a expectativa é que o mês de setembro seja um dos mais secos e quentes do ano, é também é um momento de transição para o período de chuvas. Ele destaca que não havia previsão de chuvas para agosto, mas foram registradas chuvas isoladas em vários municípios e espera que o mesmo ocorra próximo no mês.
“Isso é característico do período de transição. Então, deve favorecer a remoção dessa poluição do ar. Em Rio Branco os problemas são as queimadas urbanas, mas ao andar para Senador Guiomard vimos muitas cicatrizes de queimadas em áreas muito extensas”, lamenta.
Após registrar 1.851 casos de doenças respiratórias em 24 dias na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito de Rio Branco, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesace) está fechando um plano de contigência para ampliar a oferta dos atendimentos na unidade. O número é 32% maior que o contabilizado no mesmo período do ano passado, com 1.403 registros.
Com o acúmulo de fumaça no estado, o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) chegou a multar mais de 100 propriedades no estado por queimadas ilegais, somando mais de R$ 200 mil em multas. Os primeiros focos de calor foram em Feijó, Tarauacá, Manoel Urbano e Sena Madureira. No entanto, Capixaba e Xapuri têm sido os locais mais críticos atualmente, segundo o órgão.
O diretor-presidente do Imac, Paulo Viana, afirmou que grande parte da fumaça é proveniente de outros estados – como Pará, Amazonas e Rondônia – e também do pais vizinho, Bolívia. A concentração na capital acreana se dá, sobretudo, devido a ventos do Sul do país.
Mesmo após subir alguns centímetros, o nível do Rio Acre continua a causar preocupação em Rio Branco. Por isso, o Departamento de Pavimentação e Saneamento (Depasa) instalou uma nova bomba flutuante na Estação de Tratamento de Água (ETA) I na última terça-feira (23). O equipamento, porém, só deve entrar em funcionamento caso o manancial atinja a cota de 1,25 metro. Nesta sexta-feira (26) o nível estavam em 1,51 metro.
O nível do Rio Acre em Rio Branco atingiu a marca histórica de 1,33 metro no último dia 9 de agosto, mas voltou a subir e marcou 1,40 m no dia 14. Mesmo assim, a Defesa Civil já trabalha com a possibilidade do manancial chegar a um metro de profundidade.
Diante do problema, o governador do Acre, Tião Viana, assinou um decreto de situação de emergência, no dia 7 de julho, por causa da seca do Rio Acre em Rio Branco. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e também dizia respeito a outras cidades acreanas, que também sofrem com a estiagem.
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Poluição em Rio Branco é 8 vezes maior que indicado, diz pesquisador - Instituto Humanitas Unisinos - IHU