12 Outubro 2023
- A religião está em crise nas sociedades ocidentais desenvolvidas. Cada vez menos pessoas se interessam por crenças religiosas.
- A crise do religioso não pode impedir que Deus continue se oferecendo a cada pessoa no profundo mistério de sua consciência.
- A parábola dos convidados para o casamento lembra isso de maneira expressiva. Deus não exclui ninguém.
O artigo é de José Antonio Pagola, teólogo espanhol, sobre o 28° Domingo do Tempo Comum – A (Mateus 22,1-14). É publicado por Religión Digital, 09-10-2023.
Eis o artigo.
Isso é afirmado por todos os estudos. A religião está em crise nas sociedades desenvolvidas do Ocidente. Cada vez menos pessoas se interessam por crenças religiosas. As elaborações dos teólogos têm pouco eco. Os jovens abandonam as práticas religiosas. A sociedade está se tornando cada vez mais indiferente.
No entanto, há algo que os crentes nunca devem esquecer. Deus não está em crise. Aquela Realidade suprema, que é apontada pelas religiões com nomes diferentes, está viva e ativa. Deus também está em contato imediato com cada ser humano hoje. A crise do religioso não pode impedir que Deus continue se oferecendo a cada pessoa no profundo mistério de sua consciência.
Dessa perspectiva, é um erro "demonizar" excessivamente a crise religiosa atual, como se fosse uma situação impossível para a ação salvadora de Deus. Não é assim. Cada contexto sociocultural tem suas condições mais ou menos favoráveis para o desenvolvimento de uma religião específica, mas as possibilidades do ser humano de se abrir ao Mistério último da vida, que o interpela profundamente em sua consciência, permanecem intactas.
A parábola dos "convidados para o casamento" lembra isso de maneira expressiva. Deus não exclui ninguém. Seu único desejo é que a história humana termine em uma alegre festa. Seu único desejo é que a sala espaçosa do banquete seja preenchida com convidados. Tudo está preparado. Ninguém pode impedir que Deus envie seu convite a todos.
É verdade que a chamada religiosa encontra rejeição em muitos, mas o convite de Deus não para. Todos podem ouvi-lo, "bons e maus", aqueles que vivem "na cidade" e aqueles que estão perdidos "nas encruzilhadas dos caminhos". Toda pessoa que ouve o chamado do bem, do amor e da justiça está acolhendo a Deus.
Penso em tantas pessoas que quase não sabem nada sobre Deus. Elas só conhecem uma caricatura da religião. Elas nunca poderão suspeitar da "alegria de acreditar". Tenho certeza de que Deus está vivo e ativo no âmago de seu ser. Estou convencido de que muitos deles estão aceitando seu convite por caminhos que me escapam.
Leia mais
- 28º Domingo do tempo comum - Ano A - O Banquete do Reino de Deus é inclusivo
- Comentário de Adroaldo Palaoro: A vida que se manifesta nas encruzilhadas
- Comentário de José Antonio Pagola: Ir aos cruzamentos dos caminhos
- Comentário de Adroaldo Palaoro: A provocativa encruzilhada
- Comentário de Ana Maria Casarotti: O convite para uma festa diferente
- Comentário de José Antonio Pagola: Convite
- Comentário de José Antonio Pagola: Deus que nos convida a partilhar com Ele uma festa fraterna
- Comentário de Marcel Domergue: O número dos «escolhidos»
- Comentário de Raymond Gravel: Ser chamado ou ser eleito?
- 28º Domingo do tempo comum - Ano A - O Banquete do Reino de Deus é inclusivo
- Ministério da palavra na voz das Mulheres
- Outros Comentários do Evangelho
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Também hoje é possível ouvir a Deus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU