08 Outubro 2011
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 22, 1-14, que corresponde ao 28º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
CONVITE
Através de Suas parábolas Jesus vai mostrando aos Seus seguidores como experiencia Deus, como interpreta a vida desde as suas raízes mais profundas e como responde aos enigmas mais recônditos da condição humana. Quem entra em contato vivo com as Suas parábolas começa a mudar. Algo "acontece" em nós. Deus não é como o imaginamos. A vida é maior e mais misteriosa que a nossa rotina convencional de cada dia. É possível viver com um horizonte novo. Escutemos o ponto de partida da parábola chamada Convite ao Banquete.
Segundo o relato, Deus está a preparar uma festa final para todos os Seus filhos e filhas, pois a todos quer ver sentados junto a Ele, em torno a uma mesma mesa, disfrutando para sempre de uma vida plena. Esta imagem é uma das mais queridas por Jesus para sugerir o final último da história humana.
Frente a tantas imagens mesquinhas de um Deus controlador e justiceiro, que impede a muitos de saborear a fé e de disfrutar da vida, Jesus introduz no mundo a experiência de um Deus que nos está convidando a partilhar com Ele uma festa fraterna em que culminará o melhor dos nossos esforços, desejos e aspirações.
Jesus dedica a Sua vida inteira a difundir o grande convite de Deus: "O banquete está preparado. Vinde". Esta mensagem configura o Seu modo de anunciar Deus. Jesus não predica doutrina, desperta o desejo de Deus. Não impõe nem pressiona. Convida e chama. Liberta de medos e acende a confiança em Deus. Em Seu nome, acolhe à Sua mesa pecadores e indesejáveis. A todos há de chegar o Seu convite.
Os homens e mulheres de hoje necessitam descobrir o Mistério de Deus como Boa Nova. Nós cristãos temos de aprender a falar Dele com uma linguagem mais inspirada em Jesus, para desfazer mal-entendidos, aclarar preconceitos e eliminar medos introduzidos por um discurso religioso lamentável que afastou muitos desse Deus que nos está a esperar com tudo preparado para a festa final.
Nestes tempos em que o descrédito da religião está impedindo muitos de ouvir o convite de Deus, temos de falar do seu Mistério de Amor com humildade e com respeito a todos, sem forçar as consciências, sem abafar a vida, despertando o desejo de verdade e de luz que continua vivo no mais íntimo do ser humano.
É certo que a chamada religiosa encontra hoje a rejeição de muitos, mas o convite de Deus não se apagou. Podem-se escutar todos os que no fundo das suas consciências escutam a chamada do bem, do amor e da justiça.
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Deus que nos convida a partilhar com Ele uma festa fraterna - Instituto Humanitas Unisinos - IHU