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10 Janeiro 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 3,13-17 que corresponde ao Batismo do Senhor, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto.

O encontro com João Batista foi para Jesus uma experiência que mudou sua vida. Após o batismo no Jordão, Jesus já não retorna ao trabalho em Nazaré, nem adere ao movimento do Batista. Sua vida centra-se agora num único objetivo: gritar a todos a Boa Nova de um Deus que deseja salvar o ser humano.

Mas o que transforma a trajetória de Jesus não são as palavras que escuta dos lábios do Batista nem o rito purificador do batismo. Jesus vive algo mais profundo. Sente-se inundado pelo Espírito do Pai. Reconhece-se a si mesmo, como Filho de Deus. Sua vida consistirá daí em diante em irradiar e contagiar esse amor insondável de um Deus Pai.

Esta experiência de Jesus encerra também um significado para nós. A fé é um itinerário pessoal que cada um de nós deve percorrer. É muito importante, sem dúvida, o que ouvimos desde crianças dos nossos pais e educadores. É importante o que ouvimos de padres e pregadores. Mas, no final, devemos sempre fazer uma pergunta: em quem acredito eu? Acredito em Deus ou acredito naqueles que me falam sobre ele?

Não devemos esquecer que a fé é sempre uma experiência pessoal que não pode ser substituída pela obediência cega ao que os outros nos dizem. Do lado de fora, podem orientar-nos para a fé, mas sou eu mesmo que devo abrir-me a Deus de forma confiada.

Por isso, a fé não consiste tampouco em aceitar, sem mais, um determinado conjunto de fórmulas. Ser crente não depende primariamente do conteúdo doutrinário que se recolhe num catecismo. Tudo isso é muito importante, sem dúvida, para configurar a nossa visão cristã da existência. Mas antes disso e dando sentido a tudo isso, está esse dinamismo interior que, de dentro, nos leva a amar, confiar e esperar sempre no Deus revelado em Jesus Cristo.

A fé também não é um capital que recebemos no batismo e do qual podemos então dispor tranquilamente. Não é algo adquirido em propriedade para sempre. Ser crente é viver permanentemente escutando o Deus encarnado em Jesus, aprendendo a viver dia a dia de forma mais plena e livre.

Esta fé não está feita apenas de certezas. Ao longo da vida, o crente vive muitas vezes na escuridão. Como dizia aquele grande teólogo que foi Roman Guardini, «a fé é ter luz suficiente para suportar as trevas». A fé é feita, acima de tudo, de fidelidade. O verdadeiro crente sabe como acreditar durante as trevas, no que viu nos momentos de luz. Sempre continua a procurar esse Deus que está além de todas as nossas fórmulas claras ou escuras. O padre P. de Lubac escreveu que «as ideias que fazemos de Deus são como as ondas do mar, sobre as quais o nadador se apoia para as superar». O decisivo é a fidelidade a Deus que se manifesta a nós no Seu Filho Jesus Cristo.

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